Nesta quinta-feira (6), comemora-se o Dia Internacional de Ação pela Igualdade da Mulher. A data foi criada para refletir sobre o desrespeito aos direitos das mulheres com base em decisões da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que desde 1951 determina o fim da discriminação de gênero no mercado de trabalho.
Com 52% da população brasileira e quase a metade do mercado de trabalho, elas ainda ganham 22,5% a menos que os homens, como mostra estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2017, o salário masculino médio foi de R$ 2.410 e o feminino foi de R$ 1.868.
“E ainda tem candidato à Presidência afirmando que as mulheres devem ganhar menos porque engravidam”, conta Celina Arêas, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB. Para ela, “a discriminação de gênero afeta a vida das mulheres e da população LGBT porque o patriarcado não suporta a ideia de dividir o poder”.
No início de 2018, o site de empregos Catho fez um levantamento e constatou que as mulheres ganham menos em todos os níveis de cargos. A diferença salarial pode chegar a quase 53%.
De acordo com o relatório “Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo: Tendências para Mulheres 2018”, da OIT, a taxa global de participação das mulheres na força de trabalho ficou em 48,5% em 2018, 26,5 pontos percentuais abaixo da taxa dos homens.
O IBGE atesta também que as mulheres trabalham em média 54,4 horas por semana e os homens 51,4%. “Temos sobre nossos ombros a dupla jornada e as vezes tripla”, diz a sindicalista mineira. “Por isso, a dificuldade de atuação das mulheres nos movimentos sociais, político e sindical”.
Um estudo do Instituto Ipsos feito em 27 países constatou que, no mundo, 32% das mulheres temem o assédio sexual. Preocupação seguida pela violência sexual (28%) e violência física (21%). Enquanto no Brasil, 47% delas temem a violência sexual, o assédio sexual é temido por 38% e a violência física por 28% das brasileiras.
Lembrando que o Brasil é o quinto pais que mais mata mulheres no mundo. Somente em 2016 foram quase 5 mil assassinadas, quase 50 mil estupradas, sendo mais da metade meninas com menos de 13 anos.
Por isso, “nestas eleições precisamos empoderar as candidatas comprometidas com a emancipação feminina e a igualdade de gênero”, afirma Celina. “Somente com mais mulheres na política é que transformaremos este país numa democracia plena de direitos”.
Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB