Luís Fernando Pereira tinha 38 anos e morreu na quarta-feira (8) após acidente de trabalho. Ele trabalhava na Usiminas em Ipatinga, no Vale do Aço, desde 2016, como funcionário terceirizado da área de manutenção. Atuava em um setor chamado de aciaria, local da usina onde o ferro é convertido em aço. Era casado e pai de três filhos.
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Dois dias após sua morte, um novo estrondo vindo da mesma unidade da Usiminas assustou a população da cidade no início da tarde desta sexta-feira (10). A fumaça da fábrica, que fica no centro do município, pôde ser vista de diferentes pontos. A Usiminas confirmou que houve uma explosão em um gasômetro da usina. Segundo o Corpo de Bombeiros, pessoas ficaram feridas, mas o número não foi informado.
Segundo dados do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o país registrou cerca de 4,26 milhões de acidentes de trabalho de 2012 até o último dia 3 de agosto. Ou seja, 1 acidente a cada 48 segundos ocorre nos mais diversos setores e ambientes do trabalho brasileiros. Desse total, 15.840 resultaram em mortes, ou seja, uma morte em acidente estimada a cada 3h 38m 43s.
As condições de trabalho que já não são seguras pioram com o alto ritmo da produção, as jornadas estendidas com banco de horas e o acúmulo de funções que vem com a diminuição do quadro de funcionários. Com a crise econômica os trabalhadores trabalham sob a ameaça de demissão e pagam com a saúde e com a vida a sede de lucros de empresas como a Usiminas.
Não à toa os grandes empresários apoiaram a Reforma Trabalhista e a terceirização ilimitada do governo golpista de Temer, que vieram para flexibilizar ainda mais os contratos de emprego, aumentar a exploração, precarizar as condições de trabalho e retirar direitos da classe trabalhadora.
Portal CTB com Esquerda Diário