A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o 30 de julho como o Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas, em 2013. Isso porque, de acordo com, William Lacy Swing é diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), essa modalidade de crime é a terceira mais lucrativa do mundo. Só perde para o tráfico de drogas e de armas.
Segundo informações da ONU, 71% das pessoas traficadas são mulheres e meninas e acabam virando escravas sexuais em prostíbulos ou são submetidas a trabalhos forçados como muitos homens. Inclusive a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima a existência de mais de 21 milhões de pessoas submetidas a trabalhos forçados no planeta.
“É inadmissível que em pleno século 21, não aja medidas de proteção e políticas rígidas de combate ao tráfico de pessoas, que caem nessa armadilha em busca de trabalho e vida melhor”, garante Celina Arêas, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB.
Já Maria Grazia Giammarinaro, relatora especial da ONU sobre tráfico de pessoas, afirma que as políticas restritivas à entrada de imigrantes, especialmente nos Estados Unidos e países europeus facilitam o aliciamento das pessoas por traficantes. Ela cita ainda o Pacto Global para Migração a ser adotado em encontro internacional no Marrocos, em dezembro.
Somente em 2016 haviam 65,6 milhões de refugiados no mundo, segundo relatório divulgado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
“Essas pessoas fogem da guerra, da perseguição, da fome e precisam ser acolhidas. Elas podem contribuir pela melhoria de vida dos países que as acolherem. É só terem oportunidades de trabalho e vida decentes”, diz Vânia Marques Pinto, secretária de Políticas Sociais da CTB.
Vânia lembra que a intenção da ONU com o Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas é chamar a atenção para esse grave problema e para oas nações implementarem o combate a essa prática.
Lacy Swing informa que “o tráfico de pessoas pode ocorrer de forma sutil, como acontece no caso rotas de emprego, nas quais os trabalhadores precisam pagar taxas de recrutamento e colocação, ou quando seus salários são retidos ou não podem abandonar seus patrões, o que os torna vulneráveis a situações que mais tarde podem resultar em exploração ou tráfico”.
Celina ressalta que a maioria absoluta das pessoas traficadas são mulheres. “É mais uma forma de violentar e impedir a vida plena das mulheres”, diz. “Acabar com o tráfico de pessoas é essencial para nos lembrarmos que somos humanos”.
Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB. Foto: ONU