25 de julho: escravidão e patriarcado atingem a vida das mulheres negras na América Latina e Caribe

O Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha é um marco de reflexão e de luta sobre as condições de vida das mulheres negras triplamente atingidas pelo entrelaçamento do racismo e do machismo com a brutal exploração capitalista. As marcas dos 388 anos de escravidão e do patriarcado atingem duramente a vida das mulheres negras na América Latina e Caribe resultando em baixos salários, altíssimo desemprego, chefias de famílias em situação de pobreza extrema, mortes em decorrência de abortos clandestinos e inseguros, altas taxas de feminicídio, baixo acesso a sistemas públicos de saúde, cultura do estupro, invisibilidade e sub-representação nos espaços de poder.

A situação global das mulheres negras tem passado por sensível piora devido à duradoura crise do capitalismo que tem representado o aprofundamento das desigualdades sociais, econômicas e raciais. No Brasil com o Golpe de 2016 e o avançado Estado de Exceção, milhões de mulheres negras tem tido suas vidas e de suas famílias atravessadas pela violência, desemprego e desesperança. A alteração deste estado de coisas depende em grande medida da organização popular e da realização e eleições livres e limpas para a retomada da democracia e um projeto de país com justiça social e equidade.

Assim, a União de Negras e Negros Pela Igualdade (Unegro) nos marcos dos seus 30 anos de luta contra o racismo, o machismo e por uma sociedade com justiça social, equidade e livre da exploração de classe, conclama sua militância à uma ativa participação na construção do Encontro Nacional de Mulheres Negras em dezembro próximo em Goiânia e também na continuidade da resistência para interrupção do golpe e suas medidas além de ampla participação no processo eleitoral resgatando o Brasil para a maioria de sua população e elegendo especialmente mulheres negras comprometidas e progressistas para os espaços de decisão e poder.

Salve as mulheres negras latino-americanas e caribenhas!

Ângela Guimarães é presidenta da União de Negras e Negros Pela Igualdade (Unegro).

Os artigos publicados na seção “Opinião Classista” não refletem necessariamente a opinião da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e são de responsabilidade de cada autor.

 

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