O segundo dia da Conferência Nacional Popular em Educação (Conape) 2018, nesta sexta-feira (25), foi marcado por intensos debates sobre os rumos do país. Mais de sete mil pessoas se reúnem na Expominas, em Belo Horizonte, desde a quinta-feira, para definir os rumos da educação no país.
“Vivemos um momento muito delicado para a democracia, mas as educadoras e educadores brasileiros estão atentos e firmes na resistência”, diz Marilene Betros, secretária de Políticas Educacionais da CTB.
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De acordo com ela, para a CTB, a educação joga um papel fundamental para o desenvolvimento de uma nação. “A realização da Conape neste momento é essencial para construirmos caminhos inovadores para o país, com democracia e uma educação inclusiva”.
Já Gilson Reis, coordenador-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), afirma que as mais de 70 entidades nacionais e as centenas de entidades estaduais e municipais do movimento educacional se reúnem “nesta conferência para confrontar a posição financista e privatista do governo federal na educação”.
Ele conta que ao final da Conape será lançada uma carta com a síntese do desmonte promovido na educação pelo governo golpista de Michel Temer e das propostas ds educadoras e educadores. “A nossa luta é para resgatar o Plano Nacional de Educação para a construção de um conhecimento amplo, geral, sem tabus e com liberdade”.
Betros reafirma a necessidade de união das forças progressistas e democráticas em defesa de um projeto nacional de desenvolvimento soberano e independente. “Não temos outro caminho que não seja o da unidade da classe trabalhadora com os movimentos sociais, os estudantes, artistas e intelectuais que defendem a democracia”, diz.
“Não podemos perder a perspectiva de união de todas e todos pelo Brasil”, acentua. E “uma educação democrática, laica e inclusiva é essencial para esse avanço civilizacional, com liberdade de cátedra e valorização dos profissionais dessa área fundamental para o nosso desenvolvimento”.
Para isso, a Conape deve pedir a revogação da Emenda Constitucional 95, que congela por 20 anos os salários e os investimentos nas áreas sociais, prejudicando os serviços públicos de uma forma geral, principalmente a educação e a saúde.
Tanto Betros quanto Reis defendem mais investimentos na educação em todos os níveis e são contra os cortes orçamentários no Ministério da Educação. Eles defendem avanços nas universidades federais com mais pesquisas de extensão e mais verbas para as ciências.
Porque “a academia joga papel importante no processo educativo”, explica Betros. “Precisamos levar esse debate para toda a sociedade e mostrar que são necessários investimentos desde a educação infantil até o ensino superior para termos uma educação realmente inclusiva e antenada com os interesses da nação”, complementa Reis.
A CTB participa ativamente da Conape 2018 com proposições avançadas sempre “na defesa da democracia, da liberdade e da construção de uma sociedade mais justa e mais igual”, define Celina Arêas, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB.
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O encerramento da Conape 2018 ocorre neste sábado (26) quando será lançada a Carta de Minas com propostas para tirar a educação das garras dos donos de escolas, que só pensam em lucro.
Bárbara Batista – CTB Minas e Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB