Tenho certeza que a grande maioria das mães brasileiras, estão vivendo dias difíceis, tensos, sem alegria, já que vivemos um momento político de conservadorismo e de implementação de um projeto ultraliberal que retira direitos trabalhistas e sociais e que busca acabar com a soberania nacional entregando nossas riquezas e privatizando o patrimônio público brasileiro.
Este cenário é resultado direto do golpe de 2016; após chegar ao poder de maneira ilegítima, Temer pôs em prática um programa de governo que não foi aprovado nas urnas em 2014 e que tem como tônica responder aos interesses estrangeiros e da elite financeira, situação que prejudica todas as famílias da classe trabalhadora, todas e todos que tiveram seus direitos roubados, seus sonhos aniquilados com o aumento das desigualdades e com o acirramento da luta de classes, o aumento do desemprego e da violência em todas áreas e setores do território brasileiro.
A reforma trabalhista, que acabou com a CLT e com os direitos conquistados pela classe trabalhadora, significa colocar os(as) trabalhadores(as) de joelhos, sem nenhuma garantia de que que haja condições de trabalho adequadas e salários dignos.
Esta reforma trouxe impactos nefastos na vida do nosso povo e acentua ainda mais as desigualdades de gênero no mercado de trabalho, colocando as mulheres em desvantagem ainda maior.
Ou seja, não é exagero afirmar que nós, mulheres — em especial as negras — somos as principais prejudicadas. Exemplos disso não faltam na nova lei. A possibilidade de grávidas e lactantes trabalharem em lugares insalubres é uma aberração. A punição para assediadores por meio de indenizações de acordo com o salário da trabalhadora impõe ainda mais desigualdade entre as mulheres que ocupam posições diferentes no mercado. O trabalho intermitente, uma maneira de legitimar o bico, precariza as condições de trabalho e rebaixa salários.
Outra mudança introduzida pela reforma é a troca do binômio remuneração\jornada por remuneração\produtividade. Este formato aumentará ainda mais a diferença salarial entre mulheres e homens tendo em vista a dupla ou tripla jornada de trabalho das mulheres.
O alinhamento neoliberal e conservador de Temer, Sartori e Marchezan, faz parte de um projeto que ignora os direitos das mulheres e homens, e infelizmente tomou de assalto a democracia brasileira, o RS e Porto Alegre.
No RS, Sartori segue a mesma linha. Sob o argumento de que o estado está em crise, fecha acordos lesivos com a União, atrasa e fatia salários e quer vender o patrimônio gaúcho a preço de banana!
Desde janeiro de 2017, Porto Alegre enfrenta um de seus piores momentos. Nelson Marchezan Jr. assumiu o comando e a cidade degringolou. No início, muita gente achava que suas ações (ou a falta delas) resultavam de inabilidade gerencial. Mas, aos poucos foi ficando nítido que, na verdade, Marchezan tem um projeto baseado numa visão neoliberal e atrasada.
O prefeito e sua equipe querem sucatear os serviços públicos ao máximo para justificar privatizações e contratação de empresas; querem, também, acabar com direitos trabalhistas e terceirizar serviços, beneficiando aqueles que financiaram sua campanha.
Nelson Marchezan Jr, o pior gestor que nossa cidade já teve, neste ano de 2018 retomou seu projeto de acabar com o serviço público de qualidade e mais uma vez protocolou na Câmara de Vereadores(as) seu pacote de maldades contra o serviço público e os(as) trabalhadores(as) de Porto Alegre, dentre eles mudanças no plano de carreira, no fundo de pensão e aposentadoria.
São projetos que reafirmam a intransigência, a falta de diálogo,o descaso com as crianças, com a juventude, com idosos(as), com as mulheres e homens que vivem dias de completa insegurança, medo, com uma espada na cabeça que é resultado da péssima gestão de um prefeito que se elegeu com a maioria dos votos nulos, sendo inimigo dos(as) servidores(as) públicos e amigo do MBL.
Desta forma o Brasil, o Rio Grande do Sul e Porto Alegre vivem sob o comando de gestores que incorporaram o discurso da modernidade para enganar a população, e que não escondem querer o modelo de Estado Mínimo, anti povo, que vive de braços dados com a elite brasileira.
Nossa Mátria Amada Brasil está na UTI e precisa com urgência de um Projeto de Nação que seja democrático, soberano, igualitário, equânime e justo, que dialogue com os(as) trabalhadores(as), movimentos sociais, partidos políticos, artistas, intelectuais, e amplos setores da sociedade brasileira. Precisamos retomar as rédias da nossa história e recolocar uma agenda positiva para o povo que aponte para o desenvolvimento econômico, políticas públicas de qualidade, pleno emprego, tendo as liberdades democráticas garantidas.
Neste dia das mães de 2018, não temos nada a comemorar. Vamos seguir resistindo e lutando pela soberania do voto popular, por Lula Livre na defesa intransigente da democracia.
Silvana Conti é vice-presidenta da CTB-RS
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