O 1º de maio de 2018 é um momento emblemático de resistência do povo brasileiro à avalanche conservadora e reacionária, que assola as conquistas democráticas e sociais, obstruindo os dutos que possibilitam saídas políticas mais amplas para esse estado de exceção. Precisa sinalizar o papel dos trabalhadores e trabalhadoras nessa assimétrica luta de classes no país.
Ao realizar-se sob o ditame nefasto da reforma trabalhista neoliberal, o 1º de maio precisa refletir e ser depositário dos diversos movimentos vitoriosos, que demonstraram capacidade de enfrentamento às medidas anti-trabalho mobilizando milhares de trabalhadores e trabalhadoras, indicando que não aceitam regredir à condição de escravos e estão dispostos a avançar na luta.
O Golpe atingiu em cheio a classe trabalhadora, de forma cirúrgica, tornando ainda mais cruel a vida do povo, estabelecendo um futuro sem promissão, incerto e recessivo. A precarização do trabalho e o achatamento salarial; o crescimento do desemprego com aproximadamente 14 milhões de sem emprego; o congelamento orçamentário, a falta de investimento e a desindustrialização; a redução de 80% dos programas sociais são motivos suficientes para a resistência sob a bandeira de um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho.
Diante do atual cenário político, em que a política, criminalizada, refugiou-se nos tribunais e nos subterrâneos, a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras é determinante para abrir picadas nessa “juquira braba” imprópria ao plantio de novas safras para o povo. É preciso pautar a democracia para romper com a “estranha situação” que condenou sem provas e encarcerou a maior liderança política do país em véspera da eleição presidencial: o operário Luiz Inácio Lula da Silva. #LULALIVRE.
Unir todos e todas para resistir é a diretiva. Os que produzem no país, os insatisfeitos e atingidos com os rumos do Brasil; os defensores da democracia e da soberania, do desenvolvimento e dos direitos sociais precisam compreender o momento crítico e a necessidade de uma Frente Ampla como resistência e instrumento de retomada do Estado democrático de direito. E a classe trabalhadora brasileira precisa indicar esse rumo.
Érico Leal é diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Civis do Pará e Municípios e da CTB-PA.
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