Em dia de greve histórica dos metroviários, a Casa de Portugal ficou lotada para o Ato pela Democracia e pelo Direito de Lula ser Candidato. Não poderia ser diferente. Casa cheia ávida pelo discurso do protagonista da festa, na noite desta quinta-feira (18), na capital paulista.
Ana Cañas, Leci Brandão, Renato Braz, Aílton Graça, Alice Ruiz, Odair José, Chico César, gente do rap e do funk e muitos outros marcaram presença e posição política contra o golpe de Estado de agosto de 2016 que tirou Dilma Rousseff da Presidência.
Todos unidos pela fala do grande jurista Fábio Konder Comparato: “Precisamos organizar o povo, é ele que vai vencer a oligarquia” e complementou afirmando ser “indispensável tributar as grandes fortunas” para tirar o país da crise e combater as desigualdades.
Celso Amorim, Gleisi Hoffmann (presidenta do PT), Walter Sorrentino (vice-presidente do PCdoB), Fernando Haddad, Raduan Nassar, Nita Freire, Gilmar Mauro (MST), Pedro Gorki (Ubes) e Guilherme Boulos (MTST) levaram solidariedde a Lula.
Gilberto Maringoni, do PSol, afirmou que na quarta-feira (24) quem estará “sendo julgado somos nós e a democracia brasileira”. Ele defendeu a formação de uma frente ampla contra o golpe. Já Sorrentino falou sobre a necessidade de unidade popular para um projeto nacional de desenvolvimento.
Representando a juventude, Marianna Dias, presidenta da União Nacional dos Estudantes, emocionou com seu discurso em favor da esperança. “A esperança dos indignados que lutam” e concluiu que “a democracia vai vencer com a força da juventude que resiste”.
Para Gleisi Hoffmann esse processo é surreal. “Não é só porque não tem prova, é porque não tem crime”, disse. Como disse Leci Brandão, dirigindo-se a Lula, “a covardia está aí! A gente sabe que o grande problema é que os golpistas não aceitam o seu pecado, que foi tratar as pessoas com respeito, você respeita a diversidade do Brasil”.
Por volta das 23h chegou a vez do discurso mais esperado. Luiz Inácio Lula da Silva com o microfone nas mãos começou dizendo não ter sido ele que chegou ao poder porque “fomos nós que chegamos. Não fui eu que governei, fomos nós que governamos”.
E aí falou até quase meia noite sobre o seu processo, o que o governo de Michel Temer está fazendo com o patrimônio nacional e com os direitos da classe trabalhadora e não poupou a Rede Globo que age como partido político, mesmo tendo concessão pública para operar a TV, ainda, de maior audiência no país.
Lula encerrou o ato afirmando que deseja ser candidato á Presidência para a Petrobras voltar a “financiar, através de royalties do pré-sal, a educação, a saúde, a ciência e a tecnologia” porque para a economia crescer o Estado “tem quer fazer mais investimentos”.
Enfim, o ex-presidente disse querer voltar a governar para devolver o “Brasil para os brasileiros, a Petrobras para os brasileiros e não para eles”, referindo aos Estados Unidos, de onde conglomerados do sistema financeiro sustentam o golpe de Estado de 2016.
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy. Foto: Mídia Ninja