Em Madri, na Espanha, neste sábado (22), o Prêmio Platino do Cinema Ibero-americano contemplou Sonia Braga como melhor atriz por sua atuação na obra “Aquarius” (2016), dirigido por Kleber Mendonça Filho.
Acostumada a premiações, a atriz paranaense se destacou ao protagonizar Clara, uma crítica de música renomada. Clara enfrentou uma grande construtora que desejava derrubar o conjunto onde morava. Com desenvoltura, Braga mostrou a força da mulher brasileira.
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O filme Aquarius desnuda o capital que destrói o mundo e a vida para ter lucro
O filme pernambucano causou polêmica no Festival de Cannes, na França, em maio de 2016, quando o elenco e a equipe protestaram contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que há pouco havia sido afastada para ser julgada.
Assista o protesto em Cannes
Em retaliação, o Ministério da Cultura não o indicou para representar o Brasil no Oscar 2017. Em seu lugar foi escolhido o desconhecido “Pequeno Segredo” (2016), de David Schurmann. Mais uma vez, o cinema nacional ficou sem concorrer na a academia de Hollywood.
Sonia Braga
Braga nasceu em 8 de junho de 1950, em Maringá, no Paraná. Perdeu o pai aos 8 anos e a família se mudou para São Paulo. Começou cedo no teatro, participando em 1968, da montagem brasileira da peça de teatro “Hair”, dos norte-americanos James Rado e Gerome Ragni.
Com grandes atuações em teatro, cinema e televisão, a atriz despontou para o grande público em 1975 ao interpretar “Gabriela”, dirigida por Walter Avancini e baseada na obra “Gabriela, Cravo e Canela”, do escritor baiano Jorge Amado.
No cinema foi destaque em “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), de Bruno Barreto, um dos filmes de maior bilheteria do cinema nacional. Por muitos anos foi o primeiro do ranking. Baseado em obra homônima de Amado.
Acompanhe os vencedores do Prêmio Platino de 2017:
Melhor filme: “O cidadão ilustre”, de Andrés Duprat
Melhor direção: Pedro Almodóvar, por “Julieta”
Melhor ator: Pedro Almodóvar, por “O cidadão ilustre”
Melhor atriz: Sonia Braga, por “Aquarius”
Melhor obra-prima de ficção: “De longe te observo”, de Lorenzo Vigas
Melhor animação: ” Psiconautas: los niños olvidados”
Melhor canção original: Alberto Iglesias, por “Julieta”
Melhor montagem, direção de arte, fotografia e edição de som: Sete minutos depois da meia-noite”
Melhor roteiro: Andrés Duprat, por “O cidadão ilustre”
Melhor documentário: “Nacido em Siria”, de Hernán Zin
Prêmio de honra: Edward James Olmos
Melhor minissérie ou série íbero-americana: “Quatro estações em Havana”
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy. Foto: Francisco Seco/AP