CTB aposta na qualificação de suas bases e inaugura sua Escola Nacional de Formação

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) promoveu na noite desta quarta-feira (5), no auditório do sindicato dos Marceneiros, em São Paulo, a aula inaugural de sua recém criada Escola Nacional de Formação, ministrada pelo advogado e juiz do trabalho José Carlos Arouca. O projeto é uma iniciativa da central conduzida pela secretaria nacional de Formação e Cultura.
 
Com a participação de dirigentes sindicais de São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas, Sergipe e Minas Gerais, a cerimônia de abertura foi mediada pela secretária de Formação da central, Celina Arêas, responsável pelos cursos de formação sindical e consciência política e de classe em capitais e municípios do país.
 
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As primeiras quatro aulas da Escola (confira aqui a programação completa) foram criadas em parceria com o Centro de Estudos Sindicais (CES) e serão realizadas ao longo de julho e na primeira semana de agosto.
 
A CTB defende o princípio da formação política sindical da classe trabalhadora desde a sua fundação, há quase uma década.”Nestes dez anos de existência, nós fizemos o possível e o impossível para levar a questão da formação por esse imenso Brasil”, disse Celina, salientando o papel fundamental do conhecimento e da qualificação para a atuação do movimento sindical como um todo. “Sairemos daqui com a certeza da importância da formação, para que seja possível vencer esta conjuntura que ora atravessamos”.
 
O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, destacou que a inauguração da escola na conjuntura em que vivemos envolve importantes desafios: “É um ato de grande envergadura. Enfrentaremos a ofensiva neoliberal que bate à porta, empreenderemos um esforço para melhorar a nossa qualificação e teremos de defender nossos sindicatos e organizações que estão sendo vilipendiados”.
 
Ousadia
 
Para o político e ativista social José Luiz Del Roio, autor do livro “1º de Maio: sua origem, seu significado, suas lutas”, a única forma de brecar o avanço reacionário é agir de forma vigorosa e conjunta. “Levem às suas bases esta urgência na ação. Tem de ser agora, já”, convocou.
 
Rogério Nunes, secretário de políticas sociais e do CES, disse que a Escola é mais um ato de valentia da CTB em sua luta na defesa dos direitos da classe trabalhadora. “Não é qualquer central que tem a ousadia de criar uma escola de formação sindical com conteúdo classista: de luta política e de classe”, diz Nunes.
 
Rene Vicente, novo presidente da CTB-SP, e Pedro Mesquisa Forte, da direção  do Sindicato dos Marceneiros, também prestigiaram o evento e parabenizaram a central pela concretização do projeto da Escola Nacional, somando forças na convocação da luta sindical contra as reformas e em defesa dos direitos da classe trabalhadora.
 
FSM: 2018 será o Ano Internacional da Formação Política 
 
O secretário de Relações Internacionais da CTB e secretário-geral da Federação Sindical Mundial (FSM), Divanilton Pereira, também elogiou a ousadia da central. “Que este gesto seja exemplo e inspiração para reforçar o sindicalismo classista em escala mundial”.
 
Divanilton reforçou a centralidade da formação para o movimento sindical mundial lembrando que em maio a FSM aprovou 2018 como o Ano Internacional da Formação Política – decisão que nasceu de uma proposta da CTB.
 
Aula de sindicalismo
 
 
O juiz desembargador do Trabalho José Carlos Arouca ministrou a aula inaugural da Escola com um relato histórico do sindicalismo no Brasil desde o início do século XX, na era Pré-Vargas, até os dias de hoje, passando pela criação da CLT, em 1943, a Constituição Cidadã, em 1988, e a derrocada recente com o impeachment e os projetos que desmontam o conjunto de direitos trabalhistas.
 
“É um orgulho participar deste evento, promovido por uma central combativa, com trabalhadores interessados em transmitir conhecimentos a suas bases. Principalmente neste momento em que somos ameaçados por uma reforma nunca vista e nunca pensada para o Brasil”, disse Arouca.
 
E deixou uma mensagem otimista em meio ao cenário hostil: citou o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos e a história recente do país: Portugal viu todos os seus direitos trabalhistas naufragarem em projetos neoliberais semelhantes aos que grassam no Brasil. Mas conseguiu virar o jogo e está revertendo o quadro. Mudança que ele atribui à unidade poítica das esquerdas e do movimento sindical, que souberam administrar as divergências e seguir na luta. 
 
Assista à aula completa:
 
 
Portal CTB 
 

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