Temer cai ou não cai? Quem fica no lugar dele? Por que será que, mesmo com um governo moribundo, seus amigos no Congresso insistem em votar rápido, sem consulta ao povo, reformas que podem prejudicar gerações inteiras de trabalhadores? Vamos pensar juntos sobre o que realmente está em jogo.
Depois que Temer e Aécio deram o golpe, com o apoio da imprensa e de certos juízes, foram paralisadas grandes obras que trariam mais empregos e mais desenvolvimento. Minguaram também os investimentos no pré-sal, na indústria naval e até na de alimentos. Aí onda da crise financeira internacional, que até então nos afetava de forma moderada, cresceu como um tsunami e arrasou 13% dos empregos no país.
Enxergando a crise como oportunidade de faturar ainda mais, banqueiros, empresários sonegadores e políticos investigados assumiram ministérios e lotearam empresas públicas. Por dentro do governo, buscam anistiar suas dívidas e forçar a barra para aprovar, o quanto antes, leis que retiram direitos trabalhistas.
Temer e seu bonde do mal congelaram por 20 anos os investimentos em Saúde, Educação e Segurança. Querem que você contribua a vida inteira para Previdência, sem poder se aposentar. Liberaram geral a terceirização e querem, com a reforma trabalhista, tirar as poucas garantias que ainda temos para trabalhar com dignidade. Como se não bastasse, ainda querem destruir os sindicatos para impedir que você trabalhador e trabalhadora tenha qualquer possibilidade de se opor a essas ameaças! Como desculpa, dizem que é para modernizar as relações trabalhista. Acredita?
Golpe continua em curso – Só que a mentira tem pernas curtas. Temer e seu parceiro Aécio foram pegos com a boca na botija. Gravações comprovaram que o Golpe foi dado a mando de empresários e banqueiros, interessados em ficar ainda mais ricos com a crise que eles mesmos criaram. Por isso, tirar Temer não será suficiente. Os golpistas querem se livrar rápido do problema, escolhendo eles mesmos o novo presidente, pra que o esculacho contra os trabalhadores e suas famílias possa continuar. Não dá pra aceitar!
A turma que puxou aquelas manifestações do patinho amarelo e do “somos um milhão de Cunhas” fugiu e deixou sozinhas muitas pessoas que, de boa fé, acreditavam estar enfrentando a corrupção. Hoje todo mundo já sabe que o Golpe era contra nós trabalhadores. Se você também foi induzido a cair nesse erro, não tem problema, ainda dá tempo de participar das verdadeiras lutas por um Brasil melhor.
Cada vez mais trabalhadores participam das manifestações pacíficas contra o Golpe, contra as reformas e em defesa das eleições diretas. Participe você também! A lei permite e já há, inclusive, Proposta de Emenda Constitucional (PEC) em tramitação para autorizar eleições diretas, permitir que o povo escolha seu próprio presidente e, assim, possamos decidir sobre o nosso próprio futuro. Fora Temer! Diretas Já!
Marcio Ayer é Presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro
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