Sindicatos e movimentos sociais realizaram, nessa sexta-feira (28), uma grande paralisação e protesto na cidade contra a proposta de Michel Temer (PMDB) para a Reforma da Previdência, trabalhista e a terceirização já aprovadas na Câmara dos Deputados, entre outras medidas que jogam as consequências da crise econômica nas costas dos trabalhadores e da juventude.
Os protestos também ocorreram em Curitiba, Ponta Grossa, Umuarama, Londrina, Maringá e outras cidades das regiões Oeste e Sudoeste do Paraná, como Cascavel, Medianeira, Pato Branco, Guaíra, entre outras cidades do interior do Estado, tendo caráter nacional ao somarem-se à Greve Geral organizada pelas 9 Centrais Sindicais, Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo. Também houve protestos em rodovias, empresas e outros locais. Nenhum direito a menos
Em Foz do Iguaçu, o protesto contou com participação contou com o apoio da população em geral, atingindo os serviços públicos e o comércio da região das três fronteiras, e foi organizado por 28 entidades, entre sindicatos, estudantes secundaristas e universitários, agricultores e diversos movimentos sociais.
Além da paralisação dos postos de trabalho e serviços públicos, as lojas funcionaram com horário reduzido, começando a atender a partir do meio-dia, o transporte público foi interrompido e os ônibus ficaram estacionados no terminal central. A concentração acontece no Zoológico Bosque Guarani e, depois, os manifestantes seguiram em uma grande passeata pelas principais ruas do centro da cidade, realizando atos públicos em diversos locais.
A manifestação foi encerrada às 13 horas, com a volta da passeata ao local da concentração, onde foram distribuídas marmitas e os manifestantes permaneceram durante toda a tarde assistindo a programação cultural organizada pelas entidades.
Segundo os organizadores, essa foi a maior manifestação já realizada na cidade, reunindo mais de 15 mil pessoas na passeata e no ato público.
Durante o ato público, as entidades denunciaram que as modificações previstas na Reforma Trabalhista foram repudiadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), no dia 24 de abril, através de uma Nota Técnica, concluindo que “o projeto tem inúmeras inconstitucionalidades e violações às convenções internacionais das quais o Brasil é signatário”.
Entre as mudanças previstas na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), está previsto que o que for negociado entre os patrões e os sindicatos irá prevalecer sobre a legislação, permitindo alterar 16 pontos da Lei, entre eles o salário mínimo profissional, o banco de horas, a jornada de trabalho e a participação nos lucros ou resultados.
As entidades que participaram da manifestação denunciaram que a proposta do Governo Federal para a Reforma da Previdência afeta duramente os trabalhadores assalariados, alterando a idade mínima para os homens se aposentarem aos 65 e as mulheres com 62 anos, tendo de contribuir para o INSS ou para os regimes estatais por pelo menos 25 anos. Terceirização As entidades sindicais também protestaram contra a terceirização ampla e irrestrita, e as contratações temporárias já aprovadas na Câmara dos Deputados, que precariza os trabalhadores do setor público e privado, permitindo que as empresas terceirizem todos os setores para reduzir salários.