Ocupar as ruas contra as reformas de Temer

Basta apenas o povo se conscientizar e partir para luta para começar a modificar a realidade à sua volta. Mas, enquanto insistir no comodismo, vai ficar difícil mudar o mundo ao nosso redor. Por exemplo: durante uma greve,  tem trabalhador que prefere dar benção ao capeta do patrão do que participar de uma assembleia com seus colegas e lutar pelos seus direitos. Aí, fica difícil! 
 
É complicado ver tanta gente sair às ruas no Carnaval, ir atrás de um trio elétrico, apesar de tanta violência, mas se “esconder” na hora de se envolver na luta por melhores condições de trabalho, participando das mobilizações do chão de fábrica.
 
É inacreditável como, de uma maneira geral, milhões de pessoas não ocupem as ruas num momento tão crucial como o que vivemos hoje: da extrema necessidade de evitar a aprovação de duas reformas (Previdência e Trabalhista) que só têm o objetivo de acabar com nossos direitos históricos. É o nosso futuro que está em jogo. E é preciso mais consciência dos trabalhadores para reverter esse quadro. 
Ou a classe trabalhadora se rebela de vez e ocupa as ruas de fato, ou vamos sofrer com as restrições e exploração que o governo Temer tentar enfiar nossa goela abaixo. Não podemos permitir isso. 
 
A sensação é que o brasileiro sempre fica no comodismo esperando pelos outros. Mas, se essa postura não mudar, vamos ser destroçados. Independentemente de partidos políticos e centrais sindicais que estão à frente das manifestações. 
 
Por outro lado, claro que há o descrédito também em alguns setores do movimento sindical. Mas, nem por isso deixamos de fazer e ser uma referência no Brasil aos trabalhadores de luta a favor de melhores conquistas com garantia de não demissões em massa. Hoje, até para muitos que não acreditavam mais em sindicatos no Brasil, pegam o Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari como referência em luta. Exemplo que não são os partidos culpados e nem tão pouco os sindicatos e centrais sindicais, mas sim pessoas que têm que ser retiradas e substituídas por gente nova, comprometida com o povo. 
 
Um exemplo positivo aqui em Camaçari é o Sindicato dos Metalúrgicos. Essa chapa do Sindicato eleita pelos trabalhadores está fazendo um excelente trabalho e teve a competência como em Camaçari em eleger dirigentes do sindicato, que hoje faz a melhor gestão do Brasil e é referência até em outros países como modelo de excelência na gestão sindical.
 
Importante também eleger novos políticos que confiamos ou conhecemos das lutas, para que se possa mudar a política no Brasil como mudamos o modelo de gestão sindical em Camaçari. 
 
Mudar o Brasil é um dever de todos nós! Contra a retirada de direitos e fora Temer!! 
 
Júlio Bonfim é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari

 

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