Entre os dias 25 e 27 de maio de 2017, metalúrgicos e metalúrgicas classistas de todo o Brasil viverão um momento histórico. Durante três dias, será realizado na cidade de Guarulhos (SP) o 2º Congresso da Fitmetal. A lista de desafios que temos pela frente é extensa, fato que nos obriga a antecipar os preparativos políticos e organizacionais para essa tarefa que temos pela frente.
A Fitmetal foi fundada em 2010, no auge da unidade política do movimento sindical brasileiro, data na qual a classe trabalhadora viu o ex-presidente Lula eleger sua sucessora Dilma Rousseff, com o propósito de continuar com o projeto político iniciado em 2003. Nosso 1º Congresso, realizado em 2014, apontava a necessidade de o Brasil apostar no desenvolvimento e na valorização do trabalho como ferramentas para combater a crise que se aproximava, nos meses finais do primeiro mandato de Dilma. Eram tempos de baixíssimo desemprego, mas com indícios de que determinadas mudanças eram necessárias para neutralizar a ação de nossos adversários.
Entre 2014 e 2017, vimos nosso país passar por uma de suas maiores crises políticas e econômicas de sua história. Testemunhamos um golpe contra a democracia, sem conseguirmos reunir forças o bastante para impedi-lo. Acompanhamos o aumento drástico do desemprego e o enfraquecimento de diversos programas sociais. Vimos também a ascensão de um presidente ilegítimo, que neste momento coloca em ação reformas antipopulares, cujo resultado será o aprofundamento da crise.
Em nossa categoria, os resultados não foram menos drásticos. A indústria brasileira tem cada vez menor relevância para nossa economia – e isso gera transtornos para o país todo. O setor naval, pujante durante os dois governos Lula, hoje praticamente foi extinto. As montadoras do setor automotivo adotaram o Layoff e o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) como alternativas para estancar a crise, mas não deixaram de demitir milhares de trabalhadores.
A Fitmetal tem clareza do papel político que os metalúrgicos e metalúrgicas podem desempenhar, não somente no seio do movimento sindical, mas perante toda a sociedade. Neste 2º Congresso, será necessário analisarmos com profundidade a atual conjuntura, ao mesmo tempo em que renovamos o nosso Plano de Lutas, com o propósito de nos inserirmos cada vez mais nesse debate, sem deixar de orientar a ação de nossos sindicatos filiados e de toda a nossa militância.
Para tanto, neste 2º Congresso precisamos dar um passo no sentido de construir os alicerces daquele que será nosso maior projeto político: a fundação de uma Confederação Nacional de Metalúrgicos e Metalúrgicas Classistas. Hoje a Fitmetal cumpre um papel importante em seu campo de atuação, mas somente a partir de uma nova estrutura organizativa poderemos ir além, em defesa do emprego, de mais direitos, de maior valorização e do projeto nacional de desenvolvimento que o Brasil necessita.
Nesse sentido, de hoje até o final de maio é fundamental que cada sindicato filiado já comece a debater sua participação no 2º Congresso da Fitmetal. É preciso atrair para essas discussões todo o conjunto de nossa categoria, de modo a garantir a maior representação possível nesse evento histórico.
Vamos à luta!
Marcelino da Rocha – é presidente da Fitmetal e da CTB Minas Gerais