Os quatro países fundadores do Mercosul (Mercado Comum do Sul) Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai decidiram suspender a Venezuela do bloco alegando que o país não cumpriu as obrigações assumidas no Protocolo de Adesão.
A medida foi anunciada na última quinta-feira (1º) e rechaçada pelo governo de Nicolás Maduro. “A Venezuela segue e seguirá exercendo todos os seus direitos como Estado-membro do Mercosul pelo mandato da lei e exige dos quatro governos que deixem de eludir aos procedimentos legais e se recordem do cumprimento do mecanismo de Negociações Diretas contemplado no Tratado de Olivos para a Solução de Controvérsias como mecanismo de diálogo e negociação política”, declarou.
Desde que assumiu o ministério das Relações Exteriores do Brasil, após golpe que afastou a presidenta democraticamente eleita Dilma Rousseff, o chanceler José Serra vem articulando para prejudicar aquele país. Em julho, Serra chegou a se reunir com o presidente uruguaio Tabaré Vázquez, país que exercia a presidência pró-tempore do bloco, para tentar impedir que ele fosse transferido para a Venezuela como correspondia.
No último domingo (4), o presidente do Uruguai afirmou que a suspensão “não é irreversível” e pode ser mudada se forem aplicados fundamentos jurídicos e diálogo. O país se absteve na decisão de que se a Venezuela não se adaptasse aos regulamentos internos do Mercosul até o dia 1º de dezembro, seria suspensa do bloco por tempo indeterminado.
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) emitiu uma nota em solidariedade à Venezuela na qual exige a imediata reincorporação do país ao Mercosul.
Leia a íntegra:
CTB exige imediata reincorporação da Venezuela ao Mercosul
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) repudia veementemente a decisão dos governos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai em suspender a Venezuela do Mercosul (Mercado Comum do Sul).
A medida foi anunciada na quinta-feira (1º) sob o argumento de que o país não cumpriu o prazo para a internalização de todas as normas e acordos do bloco assumidas no Protocolo de Adesão, em 2012. A CTB denuncia mais esta manobra política travestida numa falsa justificativa técnica-jurídica.
Na verdade, do ponto de vista político, trata-se da contínua conspiração contra a Venezuela por forças conservadoras da região, sobretudo, daquelas submissas aos interesses estadunidenses.
Do ponto de vista econômico, essa medida soma-se a tantas outras que objetivam inviabilizar qualquer projeto pela integração latino-americana e subordinar nossas economias ao centro financeiro global.
A CTB reafirma seu apoio e solidariedade ao projeto bolivariano liderado hoje pelo presidente Nicolás Maduro e exige a imediata reincorporação da Venezuela ao Mercosul.
São Paulo, 6 de novembro de 2016.
Adilson Araújo, presidente da CTB
Divanilton Pereira, coordenador da Federação Sindical Mundial para o Cone Sul
Érika Ceconi – Portal CTB