Naomi Nero, que interpreta o filho roubado em “Mãe só há uma”
Em sua obra anterior, “Que horas ela volta?”, Anna Muylaert mostra a casa grande pelo olhar da cozinha. É como a empregada doméstica enxerga as coisas. Em seu novo filme, “Mãe só há uma”, ela apresenta um drama familiar com os olhos dos adolescentes.
Mas o que poderia ser um drama meramente familiar, se transforma numa abordagem sobre as transformações das relações humanas no mundo contemporâneo. Jovens se encontram com jovens e se sentem bem entre si.
O mundo adulto, meio perplexo, busca aproximar-se para receber e manter em família o ente querido, perdido no tempo. O retorno desejado pelos pais para a família retomar o seu ritmo comum.
Tangencia o drama da juventude em buca de novidades, de experimentações, na busca de si mesmo e do seu espaço no mundo. No encontrar-se. Essa juventude que transpira liberdade. E vive seus sonhos, com a disposição de construir o novo, mesmo que muitas vezes não perceba isso muito bem. Um mundo onde a sexualidade que aflora marca a tênue linha entre o novo e o velho.
Onde a busca da felicidade permeia toda a obra, sem ser pedante. O jovem sonha, ama e vive toda a plenitude dos seus desejos, num ambiente de respeito, afeto, amizade e verdade. Longe dos adultos. Onde para ser feliz não é preciso ter bens materiais. Se é feliz amando e sendo amado.
Inclusive, o conceito de família é debatido de maneira tênue. Porque mãe só há uma. Mas o que é ser mãe? Ainda mais na conjuntura conservadora onde defendem a tradição e a supressão das individualidades conquistadas com a democracia.
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Predomina a vontade de transgredir. Com vontade de amar e viver como se não houvesse um amanhã. E amor de todo jeito, amor sem preconceito, amor contra o ódio. Entra no meio a questão das drogas. Esse necessário debate com trnasprência e sinceridade.
“Mãe só há uma” é um filme para ficar registrado na mente e ser assistido até à exaustão para conseguirmos absorver toda reflexão que contém sob a aparente simplicidade cinematográfica.
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Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy