E agora Cunha?
A festa acabou,
a luz apagou,
seus comparsas te traíram,
na noite, a câmara te cassou.
E agora, Cunha?
E agora, você?
Gigante de pé de barro,
que zombava e golpeava os outros,
em você eu te escarro,
teu lugar é na cadeia.
e agora Cunha?
A coisa está feia!
Está sem a Câmara,
está sem discurso,
está sem padrinho,
não pode roubar,
não pode golpear,
não pode chantagear
manipular já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
veio a cassação.
E tudo acabou,
e tudo fugiu,
e tudo mofou.
E agora, Cunha?
Um preço caro você pagou.
E agora, Cunha?
Outrora todo poderoso,
ascendeu e caiu,
ascendeu com traíras,
por traíras sucumbiu,
traíras são traíras…
suas criaturas, que te devoraram
como um conto épico de um canalha que partiu.
E agora, Cunha?
O teu futuro é vil.
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
que ir pra o Rio
a bancada do Rio, Puta que pariu?!…
E agora, Cunha?
A casa caiu!
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, Cunha!
É agora, Cunha?
Você foi apenas uma cobra
Expulsa de um ninho de serpentes.
Canalhas! Canalhas! Canalhas!…
Estava certo Tancredo, saudoso presidente.
E você Drummond?
Me concedeu esse presente.
Francisco Batista Pantera é Professor, Jornalista, Poeta e Presidente Estadual da CTB-RO.
Os artigos publicados na seção “Opinião Classista” não refletem necessariamente a opinião da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e são de responsabilidade de cada autor