Juliano Cazaré em cena de “Boi Neon”, de Kleber Mendonça Filho (Foto: Divulgação)
Primeiro foi o diretor de “Boi Neon”, Gabriel Mascaro, que retirou seu filme da disputa sobre a indicação da obra brasileira a ser candidata do Brasil para o Oscar 2017. Logo após saber da incorporação de Marcos Petrucelli para a comissão responsável por escolher o representante brasileiro para concorrer ao prêmio norte-americano. Depois foi Anna Muylaert que fez o mesmo com “Mãe Só Há Uma”.
Assista trailer do filme “Boi Neon”
Petrucelli é o crítico de cinema que atacou os atores do filme “Aquarius” (saiba mais aqui e aqui), quando eles realizaram protesto contra o golpe em marcha no Brasil, durante o Festival de Cannes, na França, em maio passado. “Aquarius” entra em cartaz em todo o país no dia 1º de setembro.
O jornalista escreveu e seu artigo que “Kleber Mendonça Filho (diretor de “Aquarius”) pensa que é o melhor diretor de cinema do país”. Além disso, acusou – sem, no entanto, apresentar provas – a equipe da produção brasileira de custear sua viagem à França com dinheiro público. Acusação totalmente desmentida pelos artistas (saiba mais pelo Facebook da obra aqui).
Assista trailer de “Aquarius”
O pernambucano Mascaro foi solidário ao conterrâneo Mendonça Filho. “Decidimos tornar pública a nossa decisão de não submeter o filme ‘Boi Neon’ à comissão brasileira que indica o representante nacional ao Oscar 2017. É lamentável que o Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, endosse na comissão de seleção um membro que se comportou de forma irresponsável e pouco profissional ao fazer declarações, sem apresentação de provas, contra a equipe do filme ‘Aquarius’, após o seu protesto no tapete vermelho de Cannes”, afirma texto postado na página do Facebook do filme (assista aqui).
“Boi Neon” venceu a mostra Première Brasil do Festival do Rio de 2015. Também ganhou o prêmio especial do júri na mostra Horizonte, do Festival de Veneza, uma menção honrosa no Festival de Toronto, no Canadá, entre muitos outros prêmios.
Anna Muylaert (“Que Horas Ela Volta?”) também retirou seu mais recente filme, “Mãe Só Há Uma” (acesse página do Facebook aqui) da disputa, contra a perseguição do governo golpista à obra “Aquarius”, que, inclusive, recebeu classificação para 18 anos do Ministério da Justiça, por conter cenas de “sexo explícito e drogas”.
Trailer de “Mãe Só Há Uma”
“Todo ano tem um concorrente natural. Como no ano passado era o meu, me inscrevi, pois, achei correto. Este ano o correto é o ‘Aquarius'”, assim justifica Muylaert a sua decisão. A cineasta paulista também é voz corrente contra o golpe, em defesa da democracia e dos direitos da classe trabalhadora.
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy