Chocada com a grande incidência de violência de gênero no país, a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, de 20 anos, propõe que a questão seja discutida amplamente nas redes sociais.
Ao ver as postagens da YouTuber Marina Joyce, que mora em Londres, cheia de hematomas, denunciando as agressões do namorado, como um pedido de socorro, Lanes escreveu o artigo “Vamos falar de machismo nas redes? Ok. Vamos lá”, onde enumera uma série de violências contra mulheres e meninas.
“Muito importante essa iniciativa da líder secundarista para levar à internet esse debate, já que muitos homens usam das redes para se vingar, quando levam um fora das namoradas, noivas ou esposas”, diz Ivânia Pereira, secretária da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Além de concordar com essa proposta, Pereira levanta também a necessidade de divulgação do Marco Civil da Internet “para a sociedade saber qual o limite das redes sociais, para acabar com o sentimento de impunidade”.
Lanes enumera uma série de casos de estupros e mortes em que as vítimas passam a ser culpabilizadas nas redes. Os “juízes online” atacam diz ela, “quando uma mulher é vítima de abusos sexuais, psicológicos e morais” (leia artigo completo aqui).
Para a dirigente cetebista, “as vítimas de qualquer tipo de agressão deveriam ter amplo espaço na internet para denunciar o agressor”. Isso aliado “às políticas públicas de acolhimento das mulheres e às leis de punição aos algozes”.
Ela acredita ainda na necessidade de maior divulgação dessas políticas públicas, leis e de como as vítimas devem encaminhar as denúncias e como devem proceder para encaminhar as suas necessidades de atendimento.
Várias campanhas têm sido desenvolvidas pelas redes sociais com objetivo de denunciar o machismo, a misoginia e a violência contra as mulhes como Eu Não Mereço Ser Estuprada, Meu Primeiro Assédio, Eu Empregada Doméstica, Moça Você é Machista e Meu Amigo Secreto, entre muitas outras iniciativas no Facebook, no Twitter e em outras redes.
Mas, Pereira, faz uma ressalva. “A internet é um instrumento muito importante, se bem utilizada”, porém, “essa ferramenta tem sido muito usada para oprimir e disseminar a discriminação o ódio e a violência e isso tem quer ser coibido”.
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy