Os artistas organizam o espaço para ser utilizado para atividades culturais
Desde que o governo golpista tomou de assalto o Palácio do Planalto, os ativistas da cultura brasileira viram-se em apuros. Com a extinção do Ministério da Cultura (Minc), os artistas ocuparam prédios do Minc em todas as 27 capitais do país.
O desgoverno Temer voltou atrás, mas o ministro interino, Marcelo Calero, parece que aceitou o cargo com a incumbência de desmontar o ministério. Depois de 73 dias ocupando o Palácio Gustavo Capanema no Rio, a PF cumpriu, à força, a reintegração de posse, na madrugada da segunda-feira (25).
Parecia o fim do movimento #OcupaMincRJ, um dos principais focos de resistência aos golpistas. “Ledo e Ivo engano”, como diria Luiz Fernando Verissimo. Já na sexta-feira (29), informa o blog O Cafezinho, os artistas ocuparam o antigo Canecão.
“Importantíssimo o movimento de resistência dos artistas contra o golpe”, diz Celina Arêas, secretária de Formação e Cultura da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Para ela, toda atividade que a sociedade civil organizada faz de resistência ao golpe é fundamental neste momento em que se aproxima a votação do processo de impeachment no Senado Federal.
“Já está mais do que comprovado que não existe nenhum crime cometido pela presidenta Dilma, então o impeachment já deveria estar arquivado”, argumenta.
Sobre a questão cultural, Celina afirma que “foram os artistas os primeiros a reagir a esse golpe”, principalmente, porque “este modelo de golpe visa minar a resistência cerceando a educação, a cultura e toda a possibilidade de informação para a maioria da população”.
Veja como foi a ocupação pelo vídeo abaixo
O Cafezinho acentua que “os artistas que estão dormindo no Canecão acreditam que há no novo local uma vantagem comparativa em relação ao Capanema: o governo federal não pode expulsá-los de lá através de reintegração de posse, pois somente o reitor da UFRJ detém esse poder”.
“A Ocupa Minc RJ vai resistir até o Temer cair! Ocupamos outro prédio público federal, o antigo Canecão, novo polo de resistência contra o golpe”, dizem os organizadores do movimento em sua página do Facebook (acesse aqui).
“A Ocupa Minc RJ resignificou o local, trazendo mais de 100 mil pessoas para acompanhar diversas atividades, diariamente. Ainda assim, o governo golpista reintegrou posse em uma megaoperação da Polícia Federal, escondendo o prédio com tapumes. Mais um golpe para o movimento que se tornou um coletivo durante todo esse processo” diz nota do movimento.
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy