A marcha das mulheres nesta segunda-feira (25) – Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha – levou para as ruas da cidade de São Paulo, cerca de 5 mil pessoas para protestar contra o golpe machista e racista e em defesa da democracia.
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) esteve representada pela secretária da Mulher Trabalhadora da CTB-SP, Gicélia Bitencourt, que atacou as políticas propaladas pelo governo golpista que visa acabar com os direitos trabalhistas.
“Não vamos aceitar a retirada de nenhum direito”, disse. “As mulheres negras são as mais discriminadas pelo mercado de trabalho. São as últimas a conseguirem um emprego e as primeiras a serem demitidas, por isso estaremos nas ruas o tempo que for necessário para defender nossas conquistas”.
Com a bandeira da CTB, Gicélia Bitencourt e Raimunda Gomes (Doquinha), secretária de Imprensa e Comunicação da CTB
Enquanto a marcha saia da Praça Roosevelt e caminhava para o Largo do Paissandú, as pessoas paravam para olhar as mulheres negras, latino-americanas e caribenhas cantando e dançando a alegria de serem mulheres “belas, nada recatadas e muito menos do lar”.
A secretária municipal de Políticas para as Mulheres de São Paulo, Denise Motta Dau defendeu a utilização permanente dos espaços públicos como forma de aglutinar forças para defender a democracia e combater a violência contra as mulheres.
Discurso de Gicélia Bitencourt no ato
“As mulheres negras estão gritando nas ruas que basta de violência. E esse grito ecoa em todos os cantos, porque não se tolera mais tanta mulher agredida, espancada e morta pelo simples fato de serem mulheres”.
Bitencourt complementa ao afirmar que as mulheres da periferia não aceitam mais também o assassinato de seus filhos e filhas. “Nós lutamos por um país onde possamos viver o nosso sonho de igualdade e justiça com respeito às nossas vontades e à diversidade”, reforçou.
Leia mais
Acontece hoje: mulheres negras e latino-americanas marcham por igualdade e democracia
A marcha lotou as ruas da maior metrópole do país
Os gritos de “Fora Temer” e o canto por justiça chamava a atenção dos transeuntes. Maria das Neves, coordenadora a União Brasileira de Mulheres em São Paulo, disse que “hoje mostramos mais uma vez que não aceitamos mais o papel de meras coadjuvantes, somos protagonistas e iremos até o fim por nossos direitos”.
“Nenhuma mulher merece ser maltratada. “A nossa luta é contra a cultura do estupro, as discriminações, mas principalmente pelo bem viver em paz e em segurança”, finalizou Bitencourt.
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy