“A mão do imperialismo continua viva e nós temos que combatê-la”, diz dirigente da CTB

O dia 3 de outubro é uma data marcante para a classe trabalhadora no mundo. Nesta ocasião foi fundada a Federação Sindical Mundial (FSM), após a segunda guerra, há 70 anos, para organizar os trabalhadores e lutar contra o imperialismo, o neoliberalismo e todo o tipo de opressão contra povos.

Para homenagear o septuagésimo aniversário da organização, a CTB irá realizar entre os dias 1 e 3 de outubro o Simpósio Internacional seguido por um ato mundial anti-imperialista para denunciar e tornar públicas as ações imperialistas, que se refletem hoje no aumento do número de refugiados obrigados a sair de seus países de origem devido às guerras, como exemplificou o secretário de Relações Internacionais da central, Divanilton Pereira, durante uma entrevista exclusiva para o Portal CTB.

divanilton67839

Para ele, o ato mundial anti-imperialista, convocado pela CTB e por movimentos sociais brasileiros, que ocorrerá na Praça das Artes em São Paulo (clique aqui e confirme sua participação no evento do facebook) será fundamental para demonstrar a unidade das forças progressistas neste momento em que a a região está sendo ameaçada e as consequências, como a perda de direitos sociais e trabalhistas, atingirão toda a classe trabalhadora.

Portal CTB: Diante da atual conjuntura mundial qual a importância em promover um ato anti-imperialista?
Divanilton Pereira: Historicamente, o imperialismo significa a opressão de um Estado sobre as demais nações do planeta e, recentemente, a geopolítica no mundo vive uma grande transição onde novos polos políticos e econômicos vêm jogando um novo papel. Diante desta transição em curso, o império reage e se torna mais violento gerando um ambiente tenso, incerto e perigoso.

Por isso que ao analisarmos o atual quadro político e internacional, vemos que o consórcio imperialista, liderado pelos Estados Unidos, fragiliza e ameaça um padrão civilizacional da humanidade. Por esta circunstância este ato do dia 3 será importante não apenas por simbolizar os 70 anos da Federação Sindical Mundial, mas para denunciar os efeitos dessa nova ofensiva imperialista sobre os povos.

Como é possível observar estas ofensivas hoje em dia?
Atualmente, estamos assistindo com muita tristeza o drama dos refugiados que são obrigados a saírem dos seus países originários em função das guerras e invasões. Isso ocorre por ação direta ou com apoio dos Estados Unidos por isso a defesa dos direitos dos povos é fundamental.

A FSM foi fundada após a segunda guerra para organizar e defender a classe trabalhadora qual seu papel nos dias de hoje?
O nascimento da FSM coincide com uma conquista civilizacional da humanidade: a derrota do nazi-fascismo. A FSM não surge a toa, mas para disputar, proteger e valorizar o trabalho naquela nova conformação geopolítica.

A FSM e seus princípios classistas e internacionalistas continuam na ordem do dia e diante desta mais recente crise capitalista seu papel se torna mais elevado. É por isso que um dos seus eixos de luta em nível internacional é a denúncia e o combate à ação anti-imperialista.

Como os movimentos sociais devem agir para enfrentar esta onda conservadora?
A América Latina e Caribe sempre foram um espaço sob fortíssima hegemonia dos interesses norte-americanos, mas nos últimos 15 anos nosso continente vive um momento novo onde experiências democráticas, revolucionárias e progressistas conseguiram espaço nas esferas de poder, isso a partir da liderança do venezuelano Hugo Chávez.

Diante disso, o império promove, especula e ajuda na conspiração midiática e de terrorismo econômico para interromper este novo ciclo. Os mesmos meios, os mesmos discursos e as mesmas conspirações que ocorreram contra Cuba, Venezuela, agora chegam ao Equador e já chegaram ao Brasil, sobretudo a partir de 2013.

Portanto, essa mão, apesar de sofisticada, é a mão histórica do imperialismo tentando recompor a sua base para que o povo e os trabalhadores não consigam criar um novo ambiente, uma nova agenda. O império não admite que um ciclo inaugurado por forças políticas populares e democráticas continue assumindo o principal posto de comando do país.

Qual a expectativa para o ato do dia 3 de outubro?
Por essas circunstâncias, cremos que o dia 3 será um ato de denúncia ao mundo e de aglutinar o pensamento democrático e progressista no Brasil em defesa do estado democrático de direito.

Muitas pessoas imaginam que o imperialismo está ultrapassado e já não ocorre. Eu diria que não ocorre no mesmo formato, mas tem outro nível de sofisticação sobretudo com o avanço tecnológico dos meios de comunicação. O golpe avança, principalmente, nos países da América Latina e Caribe. Isso fica muito visível. No ato, iremos apresentar ao povo publicamente as relações e os fatos que nos convencem e revelam no cotidiano que a mão imperialista continua viva e nós temos que combatê-la.

Érika Ceconi – Portal CTB 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.