Lutar em defesa do emprego, combater a terceirização e a precarização das relações de trabalho nos bancos, debater a dívida pública e enfrentar o sistema financeiro para superar o modelo atual que predomina a acumulação do capital. Estas foram algumas das resoluções da 1ª Conferência Latino-Americana dos Bancários, que ocorreu na última quarta e quinta-feira (26 e 27) em Lima, no Peru.
Com presença de representantes de diversos países, o evento tratou de assuntos que envolvem a conjuntura dos trabalhadores na região latino-americana, no contexto de crise do capitalismo.
Presente nas discussões, representando a CTB, o presidente do Sindicato da Bahia, Augusto Vasconcelos, lembra que os bancários se destacam na luta contra os bancos e acha importante o debate conjunto. “Há a necessidade de nos articularmos com outros países para colher experiências, informações, e podermos ter uma agenda comum”.
Vasconcelos afirma ainda que o movimento sindical precisa apontar alternativas de enfrentamento às saídas apresentadas pelo capital para a sua própria crise, como a retirada de direitos dos trabalhadores. Os países da América Latina, nos últimos anos, deram exemplos importantes com vitórias com governos progressistas na região. “A nossa atuação também precisa ser reforçada internacionalmente”, diz.
A Federação Sindical Mundial, que completa 70 anos em 2015, responsável pelo evento, demonstra grande capacidade de articulação entre os sindicatos de diversos países, com distintas realidades, mas que têm muitos pontos em comum. Desta forma, se consolida como uma referência internacional do sindicalismo.
Pela CTB, também participaram do evento o presidente da Federação da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, o dirigente, Eduardo Navarro, eleito para compor a União Internacional dos Sindicatos (UIS) na área financeira, além de Alex Livramento e Carlos Lima. As discussões foram tão proveitosas que já a segunda edição do evento está confirmada para 2016, na Colômbia.
Brasil é exemplo
Os bancários do Brasil de destacam quando o assunto é articulação e organização. As delegações estrangeiras ficaram curiosas em conhecer o modelo de organização dos trabalhadores no país, que há 22 anos assina uma Convenção Coletiva Nacional de Trabalho.
No Peru, por exemplo, não há nem sequer negociação coletiva. Foi aprovada, inclusive, uma moção a favor de que os bancários do país, há três anos sem aumento, tenham direito a um Acordo Coletivo digno.
Houve ainda reunião com o secretário-geral da CGTP (Confederação Geral de Trabalhadores do Peru), maior central sindical do país, que tem sofrido ameaças de morte por denunciar os problemas que as políticas liberais tem trazido ao Peru.
Sindicato dos Bancários da Bahia