O Instituto Tomie Ohtake, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, apresenta a exposição “Joan Miró – a força da matéria”, onde a veia transgressora do pintor e escultor surrealista espanhol desponta com clareza. Estarão expostas 112 obras, entre 41 pinturas, 20 desenhos, 26 gravuras e três objetos (pontos de partida de esculturas), além de fotos sobre a trajetória do artista. A maioria das peças pertence à Fundação Joan Miró, de Barcelona (cidade natal de Miró). A exposição conta também com obras de coleções particulares. Dentre elas algumas que pertencem a familiares, estão expostas publicamente pela primeira vez, segundo o neto do pintor Joan Punyet Miró.
“Tive a sorte de vê-lo trabalhando no estúdio e era um sonho. Cores, telas, pinturas, óleo acrílico, e para mim foi uma descoberta. Era como ir à Capela Sistina, de Michelangelo, no Vaticano. Um espetáculo colorido de vida. Incrível”, relata Punyet. Já para Paulo Miyada, curador da exposição, “a liberdade do traço de Miró (1893-1983) seria uma força iconoclasta, gesto de física, entrega de si mesmo ao desconhecido e inominado que não é bem inconsciente, mas a espontânea canalização de energia e vontade através da materialidade da pintura”. O principal líder do surrealismo André Breton – escritor francês – definiu Miró como “o mais surrealista de todos nós”.
O surrealismo surgiu na década de 1920 na França com ênfase á magia e ao inconsciente. Intimamente influenciados pelas propostas do pai da psicanálise Sigmund Freud (1856-1939), os surrealistas visam subverter a ordem com obras que transcendam ao lugar comum e ao convencional. Através dos sonhos realçam a magia da vida e da realidade como num passe de mágica.
Serviço
O que: Exposição “Joan Miró – a força da matéria”
Onde: Instituto Tomie Ohtake (rua dos Coropés, 88 – Pinheiros)
Quando: Até 16 de agosto (de terça a domingo das 11h às 20h)
Quanto: R$ 10 (inteira), R$ 5 (meia)
Às terças-feiras (entrada gratuita)
Por Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB
