Começou agitada a manhã desta quarta-feira para quem utiliza o sistema ferroviário em São Paulo, já que diversas estações da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) amanheceram fechadas devido à greve dos funcionários do sistema.
A greve, que foi deflagrada pela categoria em assembleia realizada na noite desta terça-feira, atinge quatro linhas –7-rubi, 10-turquesa, linhas 11-coral e 12-safira.
Para as linhas 7-rubi e 10-turquesa, que atendem a capital, ABC Paulista e outras cidades da região metropolitana, a paralisação será por tempo indeterminado. Uma nova assembleia já está agendada para esta quarta-feira, às 14h, para avaliar possíveis novas propostas da CPTM e definir os rumos da greve.
Já o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, que representa as linhas 11-coral e 12-safira, vai realizar a partir desta quarta uma paralisação de 24 horas. Depois farão uma assembleia no dia 11 de junho, no TRT, para avaliar novas propostas.
Os trabalhadores das linhas 8-diamante e 9-esmeralda, ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana, decidiram não aderir à paralisação e afirmam que irão trabalhar normalmente nesta quarta-feira. Mas eles também não aceitaram as propostas da empresa e mantiveram o estado de greve (em que avisam Justiça e CPTM sobre a possibilidade de greve).
Sem acordo
Há semanas os trabalhadores tentam negociar com a empresa, sem sucesso. Uma nova reunião de conciliação entre representantes da CPTM e funcionários da empresa terminou sem acordo na tarde da terça-feira. O encontro acenou com três novas propostas: duas feitas pela empresa e uma pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
As propostas da CPTM foram reajuste salarial de 7,72% –6,65% do IPC/Fipe (de março) mais 1% de produtividade sobre esse valor– e mais 10% sobre os benefícios, ou reajuste de 8,25% sobre salários e sobre os benefícios. O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) propôs aumento de 8,5% nos salários e benefícios, mas o percentual não foi aceito pela empresa.
Os funcionários, por sua vez, já tinham definido em assembleia realizada na semana passada uma contraproposta de aumento salarial de 9,29% (7,68% do INPC, mais 1,5% de aumento real), além de igualdade em relação aos metroviários nos valores dos benefícios vale-alimentação, vale-refeição e auxílio materno infantil.
O último reajuste da categoria aconteceu em maio do ano passado e foi de 7,5%. Na ocasião, o acordo com os funcionários foi fechado no dia anterior ao marcado para iniciar a greve.
TRT proíbe liberação das catracas
Uma liminar concedida no último dia 22 pelo desembargador do TRT Wilson Fernandes proíbe a “liberação de catracas” e determina um contingente mínimo na greve: 90% do efetivo de maquinistas e 70% em relação às demais atividades (operação e manutenção de trens, entre outros)– nos horários de pico, entre 4h e 10h e entre 16h e 21h– e ainda um efetivo de 60% nos demais horários.
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo (linhas 7-rubi e 10-turquesa), Maurício Alves, confirmou que a mobilização da greve deverá ser de 100% e que a CPTM não procurou o sindicato para discutir o contingente de emergência.