Nos dias 21 e 22 de maio de 2015 foi realizado o XII Seminário LGBT do Congresso Nacional. “Empatia: a verdadeira revolução! “ foi o tema, muito bem escolhido, pois adota o “se colocar no lugar do outro”, e traz um novo termo, “alteridade” , um substantivo feminino que expressa a qualidade ou estado do que é outro ou do que é diferente, com abordagem de questões que mais atingem a população LGBT’s, como: a violência, falta de assistência, falta de oportunidade, igualdade de direitos e assédio: moral, físico e sexual; discriminação e preconceito.
Fazemos parte de uma mesma sociedade. Entretanto, em condições diferentes. A condição de termos diferenças na sociedade em que vivemos esta posta, a população LGBT existe, não se pode aceitar o contrário a isso. Trabalhadores de todas as categorias e de todas as bases compõem esse contexto, e é necessário entender o que se passa é ocupar as lacunas existentes, que não são poucas, em favor desses trabalhadores com apresentação de propostas e adequar as já existentes com o objetivo de estender estes direitos.
Passamos por um dos piores momentos políticos, em que as ideias impostas por fascistas, fundamentalista e conservadores ganham espaço, onde a onda odiosa às minorias se manifesta cada vez mais agressiva, e quando se trata da população LGBT as agressões se tornam ainda mais violentas. A exemplo do que aconteceu com XII Seminário LGBT do Congresso Nacional, que além de sofrer com a falta de apoio, sofreu o combate a sua realização. O Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mostrou-se inflexível, discriminatório, preconceituoso e desrespeitoso com uma parcela significativa do povo brasileiro (parcela que vota, paga imposto, trabalha e faz seu papel de cidadão), impedindo a ampla divulgação do banner e convite, e a publicação no site oficial da Câmara, por considerar inadequada a imagem de uma demonstração de carinho entre um casal de lésbicas, Daniela Mercury e sua esposa.
Os movimentos sociais, como maiores interventores a favor das minorias, devem desenvolver um papel diferenciado e fundamental no sentido de apoiar a causa LGBT. Temos um “mundo” de diversidade e riqueza humana, que muito tem a contribuir no processo de construção de uma sociedade mais igualitária. Combater essa onda é desconstruir o pensamento pré-concebido de algo ou alguém; é a libertação dessas amarras que ainda mantém o “Ser” preso a convenções conservadoras na pratica da falta de empatia ao outro.
A falta de estima ao outro é a marca histórica dos tempos atuais, onde o ódio e o descaso imperam minimizando e materializado as relações humanas, comercializando valores, ou a falta deles. Pratiquemos a Empatia como animais racionais e ser sociável; como militante ou simpatizante; como consciente de que a luta, a conquista e o gozo está em nossas mãos!
Sendo a CTB uma entidade plural, classista e de luta, é imprescindível a participação nesses espaços, fazendo a diferença, inovando, tratando a questão LGBT e outros segmentos excluídos na sociedade com equidade. Inserindo em suas ações deliberações voltadas aos trabalhadores LGBT’s, realizando encontros em suas bases, onde a empatia seja de fato uma verdade praticada. Faz-se necessário que a luta pela criminalização dos atos de discriminação homofóbicas ou a outras minorias nos locais de trabalho, seja combatida veementemente, constando nos acordos coletivos punições a gestores públicos e empresas, com o intuito de fazermos nosso papel como ser politico, sindical e humano.
Por Karla Lúcia Oliveira é secretária-geral do Sindserv Itabuna, diretora do Servidor Público Municipal-CTB-BA, secretária de Mulheres-Fesempre, diretora adjunta de Negociação Coletiva da CSPB, Suplente de Tesouraria- Contram-ISP-Americas
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