No encontro entre a presidenta Dilma Rousseff e o primeiro-ministro da República Popular da China, Li Keqiang, nesta terça-feira, se definiu um Plano de Ação Conjunta de 2015 a 2021, que abrange um total de 35 acordos de cooperação nas áreas de infraestrutura, defesa, energia, comércio, entre outras – um marco na estreita e fluida relação entre China e Brasil. “O Plano de Ação Conjunta inaugura uma etapa superior em nosso relacionamento. Está expresso nos vários acordos, nos múltiplos acordos governamentais e empresariais firmados hoje, em especial nas áreas de investimentos e comércio”, afirmou a presidenta Dilma Rousseff.
O primeiro-ministro da República Popular da China, Li Keqiang, chegou na noite de 18 de maio, acompanhado por cerca de 120 empresários chineses, e foi recebido no Palácio do Planalto com honras de chefe de Estado. “Teremos a oportunidade de dialogar com o empresariado dos dois países sobre o importante papel que exercem nesse processo de aproximação”, destacou a presidenta.
Brasil e China mantêm importantes fluxos de investimentos bilaterais. As trocas comerciais entre os dois países alcançaram US$ 77,9 bilhões em 2014, com superávit brasileiro de US$ 3,3 bilhões. Do lado brasileiro, destacam-se os setores aeronáutico, bancário, de máquinas, autopartes e agronegócio. Tem-se observado, também, diversificação dos investimentos chineses no Brasil para setores de energia, eletrônicos, automotivo e bancário.
De acordo com José Alfredo Graça Lima, subsecretário-geral político do Itamaraty, “as relações bilaterais entre o Brasil e a China apontam para um novo tipo de cooperação entre os dois países: com muito mais foco em investimentos em aumento da capacidade produtiva, com aporte chinês em matéria de tecnologia para diferentes áreas”.
Durante sua estada no País, o primeiro-ministro chinês deve se encontrar com os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados. Na quarta-feira (20), a comitiva segue para o Rio de Janeiro.
Ferrovia transcontinental
Durante a visita do primeiro-ministro Li Keqiang, a presidenta Dilma Rousseff também recebeu o presidente do Peru, Ollanta Humala. Os três países iniciaram juntos estudos de viabilidade para a Ferrovia Transcontinental, que vai cruzar o continente sulamericano, ligando o oceano Atlântico ao Pacífico.
“Um novo caminho para a Ásia se abrirá para o Brasil, reduzindo distâncias e custos. Um caminho que nos levará diretamente, pelo oceano Pacífico, até os portos do Peru e da China”, afirmou a presidenta Dilma Rousseff, durante declaração feita à imprensa após a assinatura de atos entre os dois países.
“Convidamos as empresas chinesas a participarem dessa grande obra, que sairá de Campinorte, no TO, lá na Ferrovia Norte Sul, passará por Lucas do Rio Verde no MT, atingirá o Acre e atravessará os Andes até chegar ao porto no Peru”, explicou a presidenta.
Carne brasileira
Acordo sanitário entre os dois países também colocou na fila mais nove frigoríficos brasileiros, a princípio, para exportar carne à China. “A partir deste acordo sanitário cria-se uma nova forma de relacionamento entre as autoridades chinesas, autoridades sanitárias brasileiras e o Ministério da Agricultura”, disse a presidenta Dilma Rousseff.
Portal CTB com Portal Planalto