A CTB São Paulo realizou na tarde desta segunda-feira (11) uma nova reunião com lideranças sindicais do estado. Em pauta, além das análises conjunturais, estava o plano de ação para o dia 29 de maio, data em que está proposta uma greve geral de alcance nacional.
“Estamos num cenário em que nós ganhamos a guerra, mas estamos perdendo a batalha”, disse o presidente da CTB, Adilson Araújo. “Quando ganhamos o primeiro turno [das eleições de 2014], a direita começou a falar que ia para Miami. Quando ganhamos o segundo, eles inverteram o discurso, mandando a gente pra Cuba. O cenário conservador que surgiu dessa batalha impôs uma agenda extremamente regressiva no Congresso, encabeçada pelo [presidente da Câmara dos Deputados] Eduardo Cunha”, analisou. O sindicalista enfatizou a relevância da jornada de lutas empenhada pelas centrais desde então, citando a redução dramática de apoio ao PL 4.330 dentro da Câmara, mas tornou a falar sobre a necessidade de organizar manifestações contínuas: “A presidenta não vai apresentar uma agenda positiva aos trabalhadores se a gente não tomar as ruas e fazer ouvir as nossas causas”.
O presidente da CTB-SP, Onofre Gonçalves, ressaltou que o momento pede a cooperação com outros movimentos sociais. “Embora precisemos fazer um movimento próprio, a gente tem que tentar unificar as nossas mobilizações com as de outros movimentos sociais. Desta forma, os atos ganham mais relevância e exposição”, disse. Tal é o caso do dia 29: para além de CTB e CUT, os protestos organizados para o dia contarão com integrantes do MST, MTST, Conlutas e dezenas de movimentos progressistas. A pauta central será o pedido de rejeição do PL 4.330/04 no Senado, cujo presidente Renan Calheiros também teria sinalizado ser contrário, apesar do lobby empresarial.
O Secretário Geral da CTB, Wagner Gomes, falou sobre a tentativa reacionária de ocultar o caso: “A Câmara tentou passar a Lei da Terceirização correndo, mas não conseguiu”. Gomes acredita que o cenário tenha sido alterado depois do episódio de violência em frente ao Congresso, no dia 7 de abril. Na ocasião, depois de a polícia atirar balas de borracha e bombas de efeito moral contra trabalhadores da CTB e da CUT, a votação foi adiada por uma semana – tempo em que o debate sobre a terceirização se estabeleceu entre a população. “Depois daquilo, a sociedade começou a discutir o assunto, perguntar ‘o que diabos é esse negócio de terceirização de atividades-fim?’. Nossa resistência fez com que quatro outras centrais mudaram de posição sobre o PL”, comentou.
Na semana que vem, as lideranças do estado se reúnem novamente na sede da CTB Nacional para tratar das manifestações do dia 29.
Por Renato Bazan – Portal CTB