A 9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul começou hoje (3), em Brasília, com sessões que tiveram a participação de representantes da comunidade cigana, pessoas com deficiência, idosos e alunos de escolas públicas. O festival é feito pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e será exibido em todas as 27 capitais do país, com datas diferentes para cada cidade. A programação pode ser vista no site do evento.
Mulheres com vastas e coloridas saias ciganas sentaram-se ao lado de idosos e estudantes da rede pública de ensino nas cadeiras da sala do Cine Brasília. “A nossa ideia é democratizar o acesso a esta produção cinematográfica tão importante que o Brasil tem, apesar de tantas dificuldades e barreiras. É muito importante que a gente vá ao encontro desse público, porque é ele que precisa se ver na produção cinematográfica [que mostra] a realidade brasileira”, explicou a ministra da secretaria, Ideli Salvatti.
A cineasta Lúcia Murat, homenageada desta edição do festival, elogiou a iniciativa. “Isso é fundamental. Ninguém faz filme para si mesmo, faz filme para ser visto. E a gente realmente tem um problema de distribuição sério, principalmente os filmes independentes, os filmes que trabalham com nossa identidade, com nossa história, novas linguagens estéticas”, disse à Agência Brasil.
A mostra procura integrar filmes de diversos países e culturas diferentes do Hemisfério Sul, sempre abordando o tema de direitos humanos. Países como Egito, Índia e Jordânia estão representados, além de Brasil e outras nações latino-americanas. O evento tem quatro sessões distintas, uma delas com filmes da mostra competitiva. Nela, 24 filmes, incluindo longas, médias e curtas-metragens. Temas como direito de pessoas com deficiência, democratização da comunicação e combate à homofobia, dentre outras questões, serão abordadas pelas produções ao longo do evento.
A edição de 2014 do festival terá como tema o cinquentenário do golpe militar. Com isso, serão exibidos filmes de Lúcia. A diretora participou de movimentos de resistência ao golpe, sendo presa em 1971. Anos depois, ela levou suas experiências para o cinema, resultando em filmes como Doces Poderes, Brava Gente Brasileira e Que Bom Te Ver Viva. Este último foi escolhido para abrir o festival e foi ovacionado após sua exibição.
Fonte: Agência Brasil