Milhares de gregos tomaram as ruas de Atenas, no último sábado (1º), em protesto contra medidas de austeridade implantadas no país. A manifestação foi convocada pela Pame (Frente Militante de Todos os Trabalhadores, na sigla em grego), entidade filiada à Federação Sindical Mundial (FSM).
“Não somos apenas números, merecemos condições de vida humanas”, gritaram os manifestantes na praça Syntagma, diante do Parlamento em Atenas. “É preciso optar pelo crescimento, voltar a abrir as fábricas, criar empregos, estimular o consumo”, afirmou Gregoris Papadopulos, de 45 anos, ex-funcionário da fábrica da Coca-Cola em Tesalonica (norte), fechada ano passado.
A Grécia está sob assistência financeira desde 2010, com dois empréstimos concedidos em troca de duras medidas de austeridade acordadas com a troika, formada por credores (o Fundo Monetário Internacional, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu). O resgate europeu termina no fim do ano, enquanto o programa de assistência do FMI deveria continuar até a primavera de 2016, mas Atenas indicou a possibilidade de acabar mais cedo.
Os manifestantes denunciaram os 1,5 milhão de desempregados e os mais de 500.000 trabalhadores que não recebem salário há vários meses. Para Fotini Mitsakosta, professora que compareceu ao protesto, a crise não acabou. “Meu salário é mais de 40% menor que o de 2011, tenho dívidas e não consigo pagar a escola dos meus filhos”, disse.
Com agências