Greve dos Bancários: privados fecham acordo e públicos mantêm

Em greve desde 30 de setembro, bancários de todo o país realizam assembleias nesta segunda-feira (6) para decidir sobre o fim da paralisação.
A maior parte dos sindicatos decidiu aceitar proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que incluí elevar o índice de reajuste de 7,35% para 8,5% (aumento real de 2,02%) nos salários e demais verbas salariais, de 8% para 9% (2,49% acima da inflação) nos pisos e 12,2% no vale-refeição; entre outras.

Trabalhadores de bancos privados decidiram finalizar a greve. Porém, em alguns estados, os trabalhadores de bancos públicos optaram por continuar a paralisação.

As propostas da Caixa Econômica Federal foram rejeitadas na, Bahia, Piauí, Florianópolis, Amapá e Roraima. Já as propostas do Banco do Brasil foram rejeitadas em Porto Alegre, Curitiba, Paraíba e Roraima. A greve também continua no Banco do Nordeste e no Banco da Amazônia. Tocantins também segue em greve. Trabalhadores dos bancos que tiveram as propostas rejeitadas realizam novas assembleias na terça-feira (07).

José Souza, presidente do Sindicato dos Bancários do Sergipe, considerou positivo o resultado da greve. “Estamos convictos de que só a nossa unidade e determinação são possíveis de reverter à intransigência dos patrões. Sabemos que em uma negociação nenhum dos lados saem com 100%. Mas apesar de não termos conquistados todas as nossas reivindicações, nesta campanha salarial conseguimos arrancar os maiores percentuais dos últimos tempos”, festeja José Souza.

jose souza

Confira um balanço dos estados:

Alagoas
Os bancários de Alagoas, com exceção dos vinculados ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB), decidiram retornar às atividades nesta terça a partir das 10h.

Amapá
Os bancários do Amapá decidiram na noite de segunda-feira (6) pelo fim da greve iniciada em 30 de setembro, que comprometeu o atendimento em mais de 50% das agências no estado. Segundo o sindicato da categoria, os atendimentos retornaram nos bancos privados e em parte dos públicos. Servidores do Caixa Econômica Federal e do Banco da Amazônia (Basa) ainda voltarão à mesa de negociação para discutir questões que envolvem isonomia e horas extras.

Amazonas
Os bancários do Amazonas decidiram pelo fim da greve, com exceção do Banco da Amazônia (Basa), que não aceitou a proposta e continua a paralisação. A partir desta terça-feira (7), os bancos privados, além da Caixa Econômica e Banco do Brasil, voltam ao seu funcionamento normal, às 9h.

Bahia
Em assembleia, os bancários decidiram que a greve da categoria permanece em apenas dois bancos na Bahia: Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco do Nordeste do Brasil (BNB). A decisão foi tomada em assembleia bastante concorrida. Na Caixa, a deliberação foi feita voto a voto e 88 empregados ficaram a favor da proposta pela manutenção da paralisação que deve seguir forte hoje em todos os municípios da base do SBBA. No BNB, a decisão pela continuidade da greve foi unânime. Nesta terça-feira (07), às 18h30, acontece nova assembleia para os empregados da Caixa, no Ginásio de Esportes, ladeira dos Aflitos, para decidir os rumos do movimento.

Chapecó
Em Chapecó (SC), o Comando Nacional dos Banrisulenses e a diretoria do Banrisul voltam à mesa de negociação a partir das 10h30 desta terça-feira, para negociarem avanços na pauta que irá ser avaliada na assembleia da tarde. A reunião desta segunda-feira (6), iniciou pela manhã e terminou sem acordo em razão de divergências entre o Comando e a diretoria do Banco. Os diretores do Banrisul chamaram a reunião no domingo e apresentaram uma minuta de proposta para o Comando na abertura da mesa de negociação desta segunda. Os diretores do banco propuseram, entre outras questões, a retirada da PLR social do banco e um calendário de implantação do Plano de Carreira a partir de 1º de janeiro de 2015. Os representantes dos banrisulenses argumentaram que a diretoria precisava firmar um compromisso com a implantação do Plano de Carreira e manter a PLR. A proposta dos representantes dos trabalhadores foi antecipar a migração para 15 de dezembro deste ano.

Ceará
Os bancários do Ceará decidiram encerrar a greve nos bancos privados e em parte dos bancos públicos do estado. Porém, os funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), com sede em Fortaleza, decidiram em assembleia distinta continuar a paralisação.

Distrito Federal
Em Brasília, os trabalhadores da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil, além do Banco de Brasília e dos bancos privados, aprovaram as propostas da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) durante assembleias realizadas na noite desta segunda-feira (6).

Espírito Santo
Os bancários do Espírito Santo que atuam em bancos públicos e privados votaram pelo fim da paralisação dos serviços.

Goiás
Funcionários do Banco do Brasil e bancos privados de Goiás decidiram encerrar a greve nas instituições após assembleias realizadas nesta segunda-feira (6), em Goiânia. Em contrapartida, bancários da Caixa Econômica Federal também se reuniram e optaram por manter a paralisação

Mato Grosso
Os bancários de Mato Grosso decidiram suspender a greve da categoria em bancos privados e no Banco do Brasil, mas optaram em continuar com as atividades paralisadas nas agências da Caixa Econômica Federal.

Minas Gerais
Os bancários de Uberlândia decidiram, em assembleia, encerrar a paralisação e retomar ao trabalho nesta terça. Também houve decisão pelo fim da greve em cidades da Zona da Mata.

Paraná
No Paraná, os bancários de Curitiba e Região Metropolitana decidiram pôr fim à greve da categoria. Mas Na mesma assembleia, os funcionários do Banco do Brasil rejeitaram a proposta. No interior do estado, as assembleias realizadas nesta segunda-feira pelos sindicatos dos bancários de Arapoti e de Cornélio Procópio também aprovaram as propostas apresentadas pelos bancos.

Pernambuco
Os trabalhadores de Pernambuco decidiram pelo fim da greve após assembleia realizada na noite desta segunda-feira (6), na sede do sindicato da categoria, no bairro da Boa Vista, Centro do Recife. O único que permanecerá de portas fechadas é o Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Os funcionários do BNB não aceitaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Rio Grande do Norte
Os bancários do Rio Grande do Norte encerraram a greve iniciada em 30 de setembro e voltaram ao trabalho nesta terça-feira (7). No RN, apenas os funcionários do Banco do Nordeste permanecem em greve. O sindicato convocou uma assembleia específica para estes bancários a partir das 8h desta terça-feira (7).

Rio Grande do Sul
Os bancários decidiram encerrar a greve da categoria em bancos privados e em agências da Caixa Econômica Federal (CEF) na capital, Porto Alegre. Segundo a Federação dos Trabalhadores das Instituições Financeiras (Fetrafi-RS), uma assembleia definiu a aceitação da última proposta patronal e os serviços serão retomados.

Rio de Janeiro
Os bancários do estado voltam ao trabalho nesta terça, segundo sindicato. Eles fizeram três assembleias: uma de funcionários de bancos privados, outra dos servidores do Banco do Brasil; e outra da Caixa Econômica Federal, e todas aceitaram a proposta da Fenaban.

São Paulo
Os bancários de São Paulo e 15 municípios da região aceitaram na noite desta segunda-feira (6) proposta do sindicato patronal e decidiram pelo fim da greve. No interior do estado, a greve também chegou ao fim nas regiões de Ribeirão Preto e Franca e no Alto Tietê. Trabalhadores também decidiram pelo fim da greve em Presidente Prudente e no Vale do Paraíba e região bragantina.

Sergipe
Com exceção dos funcionários do Banco do Nordeste (BNB), os bancários do Estado de Sergipe decidiram aceitar a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e por fim a greve que chegou ao sétimo dia consecutivo.

Confira as propostas econômicas aprovadas

Reajuste – 8,5% (2,02% de aumento real).
Piso portaria após 90 dias – 1.252,38 (9% ou 2,49% de aumento real).
Piso escritório após 90 dias – R$ 1.796,45 (9% ou 2,49% acima da inflação).
Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.426,76 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa), significando reajuste de 8,87% e 2,37% de aumento real).
PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.837,99, limitado a R$ 9.859,93. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.691,82.
PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.675,98.
Auxílio-refeição – R$ 26,00 (R$ 572,00 ao mês), reajuste de 12,2%.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 431,16. (Somados, os auxílios refeição e cesta-alimentação resultam em R$ 1.003,13 por mês, o que representa reajuste de 10,76%).
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 358,82.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 306,96.
Gratificação de compensador de cheques – R$ 139,44.
Requalificação profissional – R$ 1.227,00.
Auxílio-funeral – R$ 823,30.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 122.770,20.
Ajuda deslocamento noturno – R$ 85,94.

Antecipação da PLR

Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015.
Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.102,79, limitado a R$ 5.915,95 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.837,99.

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