Professores de Nova Iorque, na região sul do Maranhão, continuam sem perspectivas para o desfecho da greve geral dos trabalhadores em educação na cidade. A mobilização foi deflagrada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma) no dia 14 de junho, após o prefeito da cidade não oferecer propostas para a valorização dos profissionais e melhoria da educação pública.
Uma das pautas da categoria cobra o pagamento do abano salarial, por meio da transferência das sobras do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), recurso repassado mensalmente pelo governo federal para o pagamento de professores. Os docentes reivindicam que os recursos não utilizados no ano passado pelo gestor devem ser transferidos para as contas dos trabalhadores.
Além disso, a categoria também cobra melhorias na infraestrutura das escolas e das condições de acesso aos colégios. Os trabalhadores denunciam que, para chegar às unidades de ensino, muitas vezes é necessário percorrer vários quilômetros de estrada sem asfaltos, atravessar pontes de madeiras que podem cair e, quando chegam à escola, ainda se deparam com lixo que divide o ambiente escolar.
Segundo a coordenadora, Francisca Gonçalves Araújo, a falta de alternativas para solucionar os problemas da categoria levou os trabalhadores a deliberarem pela paralisação da rede de ensino. “Por conta da falta de diálogo, decidimos entrar em greve como último recurso na tentativa de solucionar os problemas da rede”, explica a coordenadora do núcleo do Sinproesemma em Nova Iorque.
Além dos problemas de valorização e da falta de infraestrutura nas escolas, os trabalhadores enfrentam irregularidades no repasse da Previdência Social. Segundo a coordenadora do núcleo, a prefeitura não faz os repasses corretos, o que pode prejudicar na hora da aposentadoria.
Sinproesemma apoia greve em Davinópolis
Os professores do município de Davinópolis, cidade situada a 28 Km de Imperatriz, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino em Davinópolis (Sinteed), permanecem em greve por tempo indeterminado. Diante da mobilização, que começou no dia 28 de julho, o Sinproesemma manifestou apoio à mobilização, por meio do coordenador regional André Santos, que esteve na cidade para reforçar a luta dos educadores.
Das reivindicações da categoria, até o momento, nenhuma foi atendido. A data base da classe é em abril e no mês de março o Sinteed protocolou uma proposta de acordo na prefeitura do município. Segundo a secretária de imprensa da instituição, Deusa Maria Rabbelo Costa, o poder municipal só se manifestou no mês de maio. Após isso, ela esclarece como se deram as negociações entre o sindicato e a prefeitura. “Entre maio e junho só tivemos quatro sentadas e dessas o prefeito compareceu em duas. Nas outras, foram os seus secretários que vieram. A contraproposta não foi o esperado pela categoria, bem abaixo ao ano passado (2013). O reajuste do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), considerando o valor aluno ano, esse ano está de 13%, mas a contraproposta da prefeitura foi 6,55%. Muito pouco, comparado ao ano passado, que tivemos 8%”, explica.
Os motivos que ocasionaram a greve em Davinópolis foram as péssimas condições de trabalho e a falta reajuste salarial para valorizar os trabalhadores. “Se eles tivessem nos dado atenção no período certo, conforme tentamos em quatro momentos distintos, essa greve não teria acontecido. Porque quem faz uma greve acontecer é a falta de atenção do gestor”, desabafa.
Apesar da reivindicação principal ser a recomposição salarial, Deusa Maria esclarece como é a situação atual das salas e reivindica melhorias. “A proposta contempla a questão da manutenção das escolas, porque é muito importante pra gente. Além do reajuste salarial, temos uma deficiência muito grande de carteiras, ventilação, iluminação. É uma decadência só! Então tudo isso faz parte do acordo coletivo”.
Sobre o instrumento legal de luta, no caso a greve, o professor André Santos destacou a importância de apoiar o movimento grevista da classe educadora em Davinópolis. “Os trabalhadores da educação são vítimas, a cada momento, dos ataques de governos inescrupulosos que tanto negam como tentam tirar direitos desses profissionais. A luta dos professores de Davinópolis merece todo o nosso apoio e a nossa solidariedade, porque é a luta pela valorização da nossa categoria e da educação”, afirma.
Fonte: Sinproesemma