Aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo, o projeto que cria o chamado “vagão rosa” nos trens e metro de São Paulo foi vetado nesta terça-feira (12) pelo governador tucano Geraldo Alckmin. O veto é resultado do repúdio de diversos setores, principalmente do movimento de mulheres, que classificaram a proposta como “segregação”.
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“Ao reservar um vagão para as mulheres, se está confinando as vítimas ao invés de coibir a agressão e/ou punir os agressores. Mais uma vez, são as mulheres as penalizadas pela violência que sofrem numa total inversão”, diz a nota da União Brasileira de Mulheres, a UBM.
De acordo com a entidade, o objetivo de “proteger” as mulheres do assédio sofrido no transporte público é “incabível”, já que pretende reservar apenas um vagão, sendo que as mulheres são 58% dos usuários de transporte público em São Paulo.
“As mulheres que se recusarem a usar os tais “vagões rosa” estarão ainda mais vulneráveis a violência, já que reforçaria a ideia de que quem não estiver “no seu lugar”, está disponível para ser encoxada, violentada, humilhada, e todos os demais absurdos que, infelizmente, ainda fazem parte do nosso cotidiano”, repudia a UBM.
Para a entidade, a medida revela o descaso do governo tucano com as mulheres. “Não serão “vagões rosa” nem nenhuma outra forma de confinamento ou política sexista que irão resolver o problema, que se tornou epidêmico, do assédio sexual no transporte público. São, sim, como já vínhamos denunciando e exigindo, postos policiais de atendimento nas estações, com pessoal capacitado para lidar com casos de violência contra as mulheres; maior vigilância (com câmeras, inclusive) dentro dos vagões em horário de pico, para coibir os agressores”, aponta.
O projeto foi aprovado na Assembleia Legislativa em julho. O Conselho Estadual da Condição Feminina – subordinado à Secretaria de Relações Institucionais -, também se posicionou contrário à criação do vagão rosa.