Nesta segunda-feira (4), a direção do Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb-SE) suspendeu um ato de protesto contra a venda das contas da Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), que é administrada pelo Banco do Estado de Sergipe (Banese). Na sede da Superintendência da Caixa Econômica Federal, os sindicalistas solicitaram audiência com o superintendente Anacleto Grosbelli.
“Queremos saber quais os motivos que levaram a Caixa a realizar a operação de comercialização da conta da PMA. Anacleto estava no interior do estado e o superintendente-adjunto, Marcos Queiroz, se comprometeu em agendar uma audiência até a terça-feria (5)”, conta o presidente do Seeb-SE, José Souza.
Obscurantismo e decepção
A direção do Seeb-SE afirma estar decepcionada com a direção da Caixa. José Souza destaca que a negociação foi obscura. “Um ato dessa magnitude e polêmico aconteceu em segredo, sem que houvesse licitação pública. Não sabiam dessa operação a imprensa, a Justiça, o sindicato, a Câmara de Vereadores, a Assembleia Legislativa, os funcionários da PMA e do Banese e bancos concorrentes. Mais uma vez, a sociedade sergipana foi surpreendida com a tentativa obscura do prefeito João Alves de quebrar como o banco estadual, que contribui com o desenvolvimento regional”, afirma.
Segundo José Souza, desde o ano passado, a direção do sindicato tratou do assunto sobre a conta da PMA tanto com o ex-superintendente Luciano Pimentel quanto com o atual, Anacleto, sobre a venda das contas da PMA. “Alertamos que as negociações para retirada das contas da PMA do Banese não era algo pacífico. Era uma bola dividida. Afirmávamos que a Caixa enquanto ente público deveria evitar entrar numa transação em que estava em jogo a economia do único banco estadual”, afirma José de Souza.
Sobrecarga e filas
De acordo com o Seeb-SE, com a nova conta, a Caixa tende a aumentar ainda mais a sobrecarga de trabalho para os funcionários da própria instituição e aumentar as filas nas agências da Caixa em Sergipe. “Logo a Caixa que vive dizendo que faz tudo com planejamento. Aqui, a superintendência não pensou na sobrecarga e no aumento de filas que vai gerar com a aquisição de tantos novos clientes de uma só vez, atraindo para si os clientes do Banese”, afirma José Souza.
PMA vendeu muito mais do que tem divulgado
A operação às escuras realizada pela PMA para vender as contas dos servidores municipais é muito mais perversa para o Banese do que até então divulgada.
Depois de tanto segredo, nas últimas entrevistas à imprensa, os assessores da PMA continuam escondendo o jogo. Deixam de contar para a sociedade o conteúdo do objeto do contrato. O edital que já está no Diário Oficial do Município de Aracaju e no site da prefeitura traz o objeto do contrato negociado com a Caixa. “Trata-se de uma feijoada requentada, é o mesmo objeto do leilão suspenso em 2013”, volta a denunciar José Souza.
Consta no edital que o objeto da contratação de instituição financeira oficial é “para centralizar a movimentação de recursos financeiros, a arrecadação dos tributos, municipais, pagamento à fornecedores, pagamentos de salários dos servidores municipais, aplicações financeiras, além das movimentações financeiras em sua conta única, bem como centralização dos fundos do poder executivo municipal (FPM, FNS) (…)”.
Nesta terça-feira (5), pela manhã, o assunto foi pauta da audiência entre a direção do Seeb-SE e o superintendente da Caixa, Anacleto Grosbelli.
A direção do Seeb-SE foi ao superintendente demonstrar a decepção do sindicato quanto à atitude do gestor regional da Caixa em adquirir o negócio.
“Um ato dessa magnitude e polêmico aconteceu em segredo, sem que houvesse licitação pública. Não sabiam dessa operação a imprensa, a Justiça, o Sindicato dos Bancários, a Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa, os funcionários da PMA e do Banese e bancos concorrentes. Mas uma vez, a sociedade sergipana foi surpreendida com a nova tentativa obscura do prefeito de Aracaju, João Alves, de fragilizar o banco estadual”, afirma.
Fonte: Sindicato dos Bancários de Sergipe, por Déa Jacobina