O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) confirmou o que grande parte da população paulistana já sabia: existe racionamento em São Paulo.
Prova dessa informações, é que o Idec enviou uma carta aos órgãos gestores estaduais e ao governador Geraldo Alckmin com dados que evidenciam a prática . “A campanha ‘Tô Sem Água’ recebeu uma média de 14 reclamações por dia, ou seja, está evidente que o racionamento está ocorrendo”, disse em comunicado a advogada do Idec, Claudia Almeida.
Oficialmente, a Sabesp apenas admite a redução da pressão para controlar perdas de água. O que, segundo a companhia, não configura racionamento.
Para o instituto, a falta de água tem sido um fato notório e a necessidade de ser declarado o estado de racionamento é imprescindível. “O abastecimento de água é um serviço essencial e deve ser tratado com prioridade pelo Estado”, diz o documento. Dos reclamantes, 74% afirmaram que o período de maior racionamento é à noite e 60% perceberam que a água que recebiam em suas residências era de má qualidade.
Embora haja a negação, dados da Sabesp indicam que a queda na produção de água do sistema Cantareira nos últimos cinco meses já é equivalente a uma situação de rodízio. Para cada 1,5 dia com água, são 3 dias sem. A produção de água caiu de 31,8 mil litros por segundo, em fevereiro, para 23,3 mil litros por segundo, em junho. Para o diretor da Sabesp, Paulo Massato, a companhia fez uma “economia fabulosa” de água, resultado da redução da pressão na rede distribuidora durante a noite.
Quem não acha nada disso fabuloso é a população, que começa a ser afetada pelo corte no fornecimento de água. Nessa semana, diversos estabelecimentos da Vila Madalena, bairro famoso por seus restaurantes e bares, tiveram prejuízo por conta da falta de água. “Há três dias estamos sofrendo cortes de água durante alguns intervalos. Nosso atendimento só não ficou comprometido porque temos duas caixas de água”, relatou a funcionária do Bar Piratininga Adriana Tenório. Já na DeliParis, a falta d’água levou a padaria a substituir os talheres por utensílios descartáveis, o que segundo a nutricionista do local, Carolina Silva, provocou o aumento da produção de lixo.
Portal CTB com agências