Na abertura da 4ª Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora (4ª CEST), na noite desta quarta-feira (23), no Fiesta Hotel da Bahia, o secretário da Saúde do Estado, Washington Couto, ressaltou que a Conferência é um espaço “muito inteligente e rico” por reunir em um único lugar representantes do poder público, gestores, sindicatos, sociedade civil e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS)”.
O primeiro dia do evento foi marcado por palestras, grupos de trabalho e painéis relacionados aos eixos temáticos da 4ª CEST, além da apresentação do seu regulamento. O evento segue até a próxima sexta-feira, 25, e as propostas aprovadas serão apresentadas na Conferência Nacional.
A professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Graça Druck, destacou a importância de mobilizações desta natureza para combater a “precarização” da saúde, e alertou que nem sempre a “modernização é boa para o trabalhador” e citou como exemplo a discussão em torno da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que a classificada como ultrapassada. No entanto, Druck ressaltou que sua “extinção, representaria um retrocesso na conquista dos direitos dos trabalhadores”.
E a presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS) Maria do Socorro, acrescentou que as mobilizações têm que ser acompanhadas de propostas bem delimitadas, que possibilite pensar o país a longo prazo e não apenas o implemento de políticas para quatro anos, lembrando que acontecem cerca de 700 mil acidentes de trabalho por ano, desde aqueles ocorridos no percurso entre a residência e as empresas, até os que acontecem no local de trabalho.
Cenário da Bahia
A diretora de Vigilância e Atenção à Saúde do Trabalhador (Divast), Letícia Nobre, explica que tem havido melhoras para os trabalhadores como implementação de políticas públicas, regionalização e interiorização do trabalhado, mais geração de emprego e renda a partir da criação de polos industriais, agronegócio, mineração, hotelaria, turismo, dentre outros.
No entanto, ela pontua que o número de trabalhadores no Estado que ainda vivem na informalidade é muito alto, o que reflete diretamente nos índices relacionados à saúde, pois a maioria dos acidentes deixa de ser contabilizado pelo INSS, uma vez que estes profissionais não são cadastrados.
A diretora destaca que os segmentos com maior número de acidentes são transporte, agricultura e construção civil. E os maiores índices relacionados à informalidade encontram-se na mineração, construção civil e na agricultura. “Por isso uma das propostas apresentadas é que o SUS passe a registrar as causas dos acidentes para que se tenha uma estatística mais ampla e coerente com a realidade dos trabalhadores”, destaca Leticia Nobre.
Já as doenças mais identificadas como decorrentes do trabalho são as pulmonares, doenças mentais, Lesões por Esforço Repetitivo (LER), depressão e quadros associados.
Fonte: CTB-BA
Fonte: Ascom 4ª CEST