A segunda reunião de negociação entre o Sindicato dos Metalúrgicos De Caxias do Sul e Região, no Rio Grande do Sul, e o SIMECS, que aconteceu durante a tarde desta segunda-feira (16) terminou sem nenhum avanço significativo. Os patrões ofereceram apenas o índice do INPC do período, ou seja, zero de aumento real.
Na opinião do Sindicato dos Trabalhadores, esta postura demonstra que os patrões estão longe de valorizar o trabalhador nesse dissídio e não estão priorizando o acordo. A proposta apresentada pela patronal é a de manter o mesmo texto das cláusulas sociais de 2013 e reajuste salarial conforme o índice do INPC, da inflação. “Repor a inflação não é aumento de salário. Nós queremos é aumento real e este índice é inaceitável” destaca o presidente em exercício do Sindicato, Luis Carlos Ferreira.
A próxima reunião da Campanha Salarial deste ano entre as duas entidades acontece na próxima segunda-feira (23) pela manhã, também na FTEC.
As empresas vão bem
Graças à dedicação e ao empenho dos metalúrgicos, as empresas de Caxias vão muito bem. Agrale, Marcopolo e Randon cresceram em 2013, e não poderiam se queixar. A Randon, por exemplo, teve crescimento de 21% na sua receita líquida, com um recorde de R$ 4,3 bilhões.
A San Marino está “bombando” com os BRTs. Progás e Vector estão contratando para dar conta da produção. A Randon está investindo R$ 2,5 bilhões em expansão da produção e a Guerra, R$ 20 milhões com ampliação da fábrica. “Quem está em crise não amplia estrutura!”, questiona Luizão.
Valorização para os metalúrgicos faz bem à sociedade: é pra frente que se anda!
Na visão do Sindicato, “Valorizar o trabalhador é fortalecer o Brasil”, slogan da campanha deste ano. Este é o caminho. Os patrões, quando fazem coro com aqueles que dizem que o trabalhador ganha demais e que há até muito emprego no Brasil, estão na contramão.
Para o Brasil seguir em frente, com mais desenvolvimento, é preciso valorizar a renda dos trabalhadores. Com mais salário e direitos, os metalúrgicos – que somam cerca de 60 mil – garantem mais bem-estar e qualidade de vida para as suas famílias e movimentam a economia de Caxias e da região. O comércio e os serviços ganham e gera-se mais empregos em outros setores.
Principais reivindicações dos metalúrgicos:
13,5% – O índice é baseado na inflação dos últimos 12 meses e no crescimento registrado pelas empresas.
Piso único de R$ 1.500 – para valorizar o salário médio da categoria e inibir os malefícios da rotatividade.
40 horas semanais sem redução de salários – para gerar mais oportunidades de empregos no setor e dar mais tempo para o lazer, a qualificação profissional e para a família do trabalhador.
Transporte e alimentação subsidiados – As empresas é que devem custear a alimentação e o deslocamentos dos trabalhadores de casa para o trabalho e vice-versa. Quanto custa para o metalúrgico tudo isso? No salário são descontados transporte, alimentação, plano de saúde, taxas bancárias, etc. Temos que refletir sobre o que deixamos para as empresas. Através das cláusulas sociais podemos diminuir esses descontos, ou seja, ganhar mais.
Auxílio-creche para crianças de até 5 anos – Este deve ser um direito da criança, para que pais e mães possam ficar tranquilos com seus filhos bem cuidados enquanto eles trabalham.
Igualdade salarial entre homens e mulheres no caso de mesma função – Trabalho igual, salário igual.
Auxílio-lanche para estudantes – Um grande número de trabalhadores também são estudantes. As empresas devem conceder um lanche para os estudantes ao fim do expediente.
Mensalistas – Os trabalhadores contratados nesse regime trabalham 5 dias por ano de graça para os patrões.A reivindicação é de que todos os trabalhadores mensalistas sejam contratados como horistas.
Intervalos de 10 minutos a cada 2 horas trabalhadas conforme a Norma Regulamentadora 15 – Os metalúrgicos reivindicam intervalos de 10 minutos a cada 2 horas de trabalho. Nesse tempo, o trabalhador poderá descansar, fazer um lanche e ir no banheiro.
Aplicação da NR 12 em todas as fábricas – A Norma Regulamentadora 12 (NR12), hoje assegurada pelo Ministério do Trabalho, estabelece as garantias mínimas de proteção ao trabalhador e normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras. Esta conquista está ameaçada por setores empresariais que consideram o lucro mais importante que a vida do trabalhador.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região
Foto: Daniela Teixeira