Em assembleia tensa realizada no início da noite desta segunda-feira (9), os metroviários de São Paulo decidiram suspender a greve iniciada na última quinta-feira (5). A categoria fará uma assembleia na quarta-feira (11) para decidir sobre uma nova paralisação no dia 12, data da abertura da Copa do Mundo, no Brasil.
A assembleia aconteceu após uma longa reunião entre o Sindicato dos Metroviários de São Paulo e o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, na Superintendência Regional do Trabalho, que terminou sem acordo com a recusa do governo do Estado em readmitir os funcionários dispensados do Metrô após a greve ser considerada abusiva.
Representantes das Centrais Sindicais CTB, CUT, UGT, Força e da Conlutas também participaram da reunião, assim como líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), e do Passe Livre.
Instransigência
“Estranhei muito o governo estadual chegar aqui e ser inflexível”, disse o superintendente regional do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros, após a rodada de negociação, que se arrastou durante toda a tarde.
Segundo Medeiros, os únicos avanços no processo foram a rediscussão do desconto dos dias parados, que serão descontados ao longo dos próximos meses, e da elaboração de um plano de carreira para os trabalhadores do setor de segurança.
Na saída da reunião, Jurandir Fernandes disse que era inadmissível a volta dos 42 trabalhadores demitidos. A diferença entre o número divulgado durante a manhã – de 60 demitidos – e o atual se deve a um contingente de trabalhadores que não teriam realizado atos considerados graves e, por isso, não seriam punidos.
Divisão
Durante assembleia a categoria se dividiu entre três linhas de pensamento: fim da greve, suspensão ou manutenção. No entanto, a proposta vencedora não foi a da atual diretoria do sindicato, que queria a continuidade da greve até a reversão das demissões. O argumento defendido pela diretoria foi que a manutenção da greve após as 42 demissões por justa causa seria uma resposta ao governo estadual.
Presidentes das Centrais Sindicais acompanharam a assembleia para levar apoio à categoria e a disposição de interceder pela readmissão dosdemitidos. Em documento divulgado na sexta-feira (06), os presidentes das centrais já haviam declarado apoio à paralisação dos metroviários.
A greve ocorre em uma semana crucial para a cidade, que recebe o jogo entre Brasil e Croácia, que será realizado na Arena Corinthians (Itaquerão), que tem como principais meios de transporte linhas de metrô e de trem.
Portal CTB com agências