Mesmo diante da forte repressão policial, funcionários da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) se reuniram, na manhã desta quinta-feira (5,) no Largo do Machado, na Zona Sul da cidade, para um protesto em defesa das reivindicações da categoria, que inclui reajuste salarial de 24%, garantia de emprego, concurso público, Plano de Cargos Carreiras e Salários, entre outras demandas.
Os funcionários da companhia vão parar por 24 horas para chamar atenção das autoridades sobre questões como perda do poder de compra dos salários, ameaça de demissão, perspectiva nula de crescimento profissional e estagnação do plano de cargos e salários.
Nesta tarde, uma Comissão de trabalhadores da Cedae participa de uma audiência na Casa Civil, entre eles, Humberto Lemos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento e Meio Ambiente do Rio de Janeiro (Sintsama), entidade filiada à CTB. “É inadmissível o que está acontecendo. Éramos 13 mil trabalhadores e agora somos 6 mil. A terceirização e o achatamento estão grandes. O legado está se perdendo e, consequentemente, os serviços prestados pioram. Vamos parar por um dia respeitando a lei, pois sabemos que nosso trabalho é essencial para a população. Esperamos sensibilizar o presidente da empresa e o governador para as nossas pautas. Não estamos parando agora por conta da Copa do Mundo, este é o mês de acordo coletivo da categoria”, afirmou Lemos.
De acordo com o sindicato, a Nova Cedade apresentou contraproposta de 5,81% de reajuste e demissão de mais de 600 trabalhadores, entre este ano e o próximo. “A proposta dele, em assembleia com mais de mil trabalhadores, foi recusada por unanimidade. Não vamos recuar pelas nossas reivindicações”, acrescentou o presidente do Sintsama.
Durante o ato, representantes da categoria falavam em 80% de adesão dos trabalhadores da companhia na paralisação. De acordo com a carta aberta dos funcionários sobre as propostas, após sete rodadas de negociação, a diretoria da Cedae apresentou proposta de reajuste salarial abaixo da inflação do estado e muito aquém da proposta sindical. Ainda segundo a carta, a negociação foi travada pela empresa, que ainda tenta fazer com que os sindicatos aceitem a demissão de 600 funcionários.
Os sindicalistas afirmam que os serviços prestados à população não serão afetados, já que, a princípio, a paralisação dos servidores será de apenas 24 horas. A categoria reivindica também a distribuição de dividendos dos lucros da empresa com funcionários, unificação de contratos de trabalho, revisão dos demais benefícios sociais, como alimentação, auxílio creche e outros descongelamentos de gratificações, além de novos concursos públicos.
Portal CTB com Sintsama