Os metroviários de São Paulo decidiram, em assembleia realizada nesta quarta-feira (4), entrar em greve por tempo indeterminado, a partir da meia noite desta quinta-feira (05).
A greve havia sido anunciada pela categoria no último dia 27. Desde então, metroviários tentam chegar a um entendimento com a empresa.
A decisão final foi tomada após uma terceira reunião realizadano Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no início desta tarde entre o Sindicato dos Metroviários de São Paulo e representantes do Metrô que terminou sem acordo. Após a audiência, que durou uma hora e meia, os dirigentes do Sindicato dos Metroviários afirmaram que a categoria não aceitará uma proposta com reajuste inferior a dois dígitos, ou seja, menos de 10%.
Os trabalhadores pedem reajuste de 16,5% nos salários e demais benefícios, equiparação salarial, plano de carreira -em especial para funcionários da segurança e da manutenção–, além de outras reivindicações que não foram atendidas pela empresa, como aumento na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e auxílio-creche.
Descaso com a categoria
Segundo informações da Companhia, a Justiça determinou que os metroviários garantam 100% da frota em horário de pico e 70% nos demais horários. No entanto, o Sindicato afirma que até o momento em que a greve foi aprovada eles não haviam sido informados da liminar.
Para Flávio Montesinos Godoi, dirigente da CTB e ex-presidente do Sindicato, a atitude do governo já era esperada. “Há anos a categoria convive com essa postura intransigente do governo do PSDB, que é autoritário e não abre o diálogo com os movimentos sociais e sindical”, afirma Godoi.
Para o cetebista, a falta de vontade do governo em resolver o problema só demonstra o tamanho do descaso com a categoria. “Esse é tratamento que o governo dispensa aos trabalhadores metroviários, que estão na linha de frente da operação todos os dias, enfrentando as falhas diárias e atendendo à população. Ao pessoal da manutenção que tem um curto espaço de tempo para resolver os problemas técnicos, que viraram rotina no sistema diante da falta de investimentos”, destaca Godoi.
Uma nova audiência de conciliação no TRT, entre o Sindicato dos Metroviários e a empresa está agendada para às 15h30 de quinta-feira . Após a reunião, a categoria participa de uma assembleia, marcada para às 18h30, que deve decidir os rumos do movimento.
Portal CTB