Na agência do Itaú José de Faro, as novas regras de utilização do caixa e a ampliação de atendimento exclusivo para clientes, em três horas (das 16 às 19h) foram fixadas em cartaz na porta de entrada. “Além de promover segregação social entre clientes e público em geral, com as mudanças, os bancários e clientes correrão risco. À noite, as ruas da proximidade da Praça Fausto Cardoso são perigosas. Além do que a maior parte do efetivo policial se recolhe entre 17 às 18h. Mas, o banco quer que os funcionários permaneçam na agência sem segurança trabalhando até às 19h para os clientes”, denuncia o presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb-SE), José Souza.
A diretora da Federação dos Bancários Bahia e Sergipe e funcionária do Itaú, Jane Cleide Maia lembra que “uma instituição bancária é uma concessão pública e como tal tem de garantir o princípio constitucional da isonomia, todos devem ser tratados de forma igual. Ao estabelecer tratamento diferenciado entre clientes e público em geral, o Itaú está ferindo o princípio da isonomia”, afirma Jane.
O diretor do Seeb-SE e também funcionário do Itaú Adêniton Santana destaca que o sindicato sempre defendeu a extensão do horário de trabalho desde que o banco contrate novos funcionários. “Sem novas contratações, as mudanças anunciadas pelo Itaú trarão comprometimento para a saúde física e psicológica dos funcionários, já que a jornada de atendimento aos clientes será estendida”, afirma.
Outro dirigente do sindicato, Renato Carvalho lembra que o Itaú foi uma instituições financeiras que mais lucrou e a que mais demitiu no último semestre. “O Itaú lucrou mais de quatro bilhões e meio e demitiu cerca de 730 funcionários. Em Aracaju, só na última semana, o banco demitiu dois funcionários, inclusive um lesionado”.
A diretora de Comunicação do Seeb-SE, Ivânia Pereira apelou para os órgãos competentes. “Esperamos que as representantes da Procuradoria dos Direitos do Consumidor do Ministério Público Estadual e do Ministério Público do Trabalho adotem medidas capazes de impedir que o Itaú pratique discriminação no atendimento e burle a jornada de trabalho fixa na convenção dos bancários”, afirma Ivânia Pereira.
Por Déa Jacobina – Seeb-SE