Os presidentes da China, Xi Jinping, e a da Rússia, Vladímir Putin, assinaram, na última quarta-feira (21), um importante acordo para o abastecimento de gás natural, após uma década de negociações.
A iniciativa ocorreu durante uma visita de Putin à China. Pelo acordo a estatal russa Gazprom fornecerá à China National Petroleum Corporation (CNPC) 38 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, o que representa um quarto do consumo anual no país asiático.
Na opinião do secretário de Relações Internacionais da CTB, Divanilton Pereira, este convênio é mais uma expressão de uma transição pela multipolaridade da nova geopolítica em curso.
“Não é à toa que dois países do Brics [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], sendo um deles a principal liderança do bloco firmaram este convênio”, analisa o cetebista. Para os chineses, compara, este contrato com a Rússia tem a mesma dimensão do pré-sal no Brasil.
A CNPC junto com a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) integram o consórcio vencedor do leilão do campo de Libra, maior reserva de petróleo do Brasil, realizado em 2013.
De acordo com Divanilton, a Rússia busca diversificar seus parceiros comerciais – no momento em que os Estados Unidos e a Europa estão impondo sanções econômicas àquele país por causa da crise política e social enfrentada pela Ucrânia. O dirigente lembra que a China “é a nova locomotiva econômica mudial e, por isso, sedenta por matéria-prima energética”. Portanto, argumenta, esse contrato tem um sentido estratégico para ambos os países e, por conseguinte, fortalece a transição geopolítica.
O diretor-presidente da Gazprom, Alexei Miller, informou que o acordo é avaliado em cerca de US$ 400 bilhões. Ele opinou que o contrato é “o mais significativo da estatal russa ao longo de sua existência” e detalhou que o convênio estabelece descontos nos impostos para a extração dos recursos naturais nas jazidas de gás que se destinarão para a China.
O contrato de 30 anos deve entrar em vigor no início de 2018. Para o presidente russo este “é o maior acordo na história do setor tanto da Rússia como da União Soviética (URSS)”.
Érika Ceconi – Portal CTB com informações de agências