O ato Sindical Unitário realizado na última terça-feira (01), na sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Belém do Pará, marcou a criação da Comissão da Verdade, Memória e Justiça dos Trabalhadores no Pará e serviu como protesto de sindicalistas, militantes e membros de entidades ligadas à memória dos trabalhadores em relação aos 50 anos do golpe militar.
A comissão dos trabalhadores terá a participação de Centrais Sindicais (CTB, CGTB, FS, UGT, CSB, CUT, NCST e CSP/Conlutas), OAB/PA e do DIEESE/PA (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O objetivo da organização, de acordo com o manifesto de instalação, é colher depoimentos, resgatar a história dos que foram vítimas do regime ditatorial e manter viva na memória da classe trabalhadora e das novas gerações os crimes e injustiças cometidos, bem como fortalecer a nossa consciência de cidadãos para que nunca mais o Brasil possa viver a trágica experiência de uma ditadura.
Para Osvaldo Coelho, representante da OAB-PA e ex-sindicalista cassado em 1966 por Jarbas Passarinho, posteriormente ministro da Educação e do Trabalho, a Comissão da Verdade dos Trabalhadores terá o papel de buscar informações, documentos, pesquisas, dados, evidências e fontes que comprovam quem sofreu e quem foi responsável pelas perseguições sofridas pelos trabalhadores no período da ditadura. Assim como ele muitos trabalhadores, dirigentes sindicais da época tiveram seus mandatos interrompidos pela ditadura.
A atividade contou ainda com três depoimentos de perseguidos pela ditadura Moacir Martins, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Raimundo Gomes Filho, ex-presidente do Sindicato dos Petroleiros que teve o sindicato invadido e fechado pelo golpe militar de 1964, e André da Costa Nunes, que foi do CGT (Comando Geral dos Trabalhadores) de 64 no Pará.
Fonte: Site do Grupo de Trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e o Movimento Sindical