A enfermagem tomou as ruas do Rio de Janeiro na tarde desta sexta-feira (14), para a aprovação do PL 2295/2000, que regulamenta jornada de 30 horas semanais para a categoria, por um piso salarial digno, pelo local de descanso adequado e pelo respeito a essa que é a maior categoria profissional da saúde no Brasil.
Estiveram presente da Candelária à Rio Branco representantes da maioria dos hospitais, estudantes, professores, entidades de classe, centrais sindicais, como a CTB-RJ, e parlamentares como as deputadas Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e a enfermeira Rejane (PCdoB-RJ).
A deputada Rejane, única representante da categoria na Assembleia Legislativa do RJ (Alerj), em sua fala, lembrou que a luta não se limita à jornada de 30 horas, mas também à manutenção da saúde pública e repúdio à sua privatização.
Rejane relacionou o número UTIs, emergências e mesmo unidades de saúde inteiras desativadas de nos últimos tempos no município e no estado do Rio de Janeiro, e consequente desemprego da enfermagem e desamparo da população. A deputada finalizou conclamando a enfermagem a uma maior participação política. “A enfermagem não é “vaquinha de presépio”, tem que denunciar situações abusivas, como salário de fome, jornadas extenuantes e assédio moral. É hora de mostrarmos a cara para a população saber tudo o que passamos. Com certeza, o povo ficará do lado da categoria, porque só quer um atendimento de saúde de qualidade. A enfermagem tem que buscar seu espaço de poder, ter mais representantes no legislativo, como tem os médicos, cuja jornada é de 20 horas. Só assim conseguiremos sucesso nas nossas lutas”, conclamou.
O presidente da CTB-RJ, Ronaldo Leite, também presente ao ato reiterou a defesa da jornada de 30 horas e o apoio da CTB à luta da enfermagem. “A CTB apoia essa luta, está junto com os trabalhadores e as trabalhadoras da enfermagem pela jornada de 30 horas semanais”, afirmou.
A dirigente da CTB-RJ, Maria Celina, também marcou presença no ato e lembrou da importância da redução da jornada para o exercício da profissão. “Nós estamos nessa luta pela redução da jornada há mais ou menos 30 anos. As 30 horas são necessárias para nos dar condições para os trabalhadores da categoria que além do desgaste pela elevada carga horária também sofrem com os baixos salários que, muitas vezes, obrigam trabalhadores e trabalhadoras da categoria a terem mais de um emprego”.
O ato seguiu pela Avenida Rio Branco, onde fechou uma das vias e se encerrou na Cinelândia, ocupando as escadas da Câmara Municipal.
Fonte: CTB-RJ