A importância simbólica do Dia Internacional da Mulher é lembrada todos os anos pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Jaguariúna e Região (SindMetal), que neste ano realizou uma noite ainda mais especial em homenagem às mulheres, recebendo mais de 300 pessoas no Teatro Municipal, na noite da sexta-feira (07), para um evento que lembrou as conquistas femininas e os inúmeros desafios que as mulheres e o movimento sindical ainda têm a enfrentar na luta pela igualdade e o fim da discriminação por gênero no país.
Para os trabalhadores, o significado do 8 de Março vai muito além das manifestações festivas que costumam caracterizar a data. “É um dia para lembrar as barreiras ainda enfrentadas pela mulher na sociedade atual e recordar a origem da data, marcada pela luta feminina por melhores condições de trabalho e igualdade de condições”, ressalta o presidente do SindMetal, José Francisco Salvino, o Buiú.
“É inegável que ainda existe muito preconceito contra a mulher, muitas vezes começando dentro da própria casa e no ambiente de trabalho. Essa desigualdade de gênero tem que acabar. Nosso Sindicato realiza este evento para lembrar a luta contra a discriminação no país. Lutamos para que todos, independente de gênero, cor ou opção sexual, sejam respeitados e tratados de forma igualitária”, afirmou Buiú.
Igualdade de direitos
Além da cerimônia festiva, o evento contou com duas palestras que trouxeram informações e temas relevantes ao público feminino. O médico cardiologista e clínico geral Dr. Jayro Gouveia Goulart Filho alertou para os cuidados e prevenção às doenças sexualmente transmissíveis e falou sobre a saúde da mulher.
Já a secretária de Imprensa e Comunicação da CTB, Raimunda Gomes, a Doquinha, debateu com a plateia a importância das mulheres se engajarem na vida política e ajudarem a fazer a diferença na sociedade com seu “olhar mais humanizado e sensível” da realidade. “Já tivemos muitos avanços e não podemos negar que nossa luta construiu os alicerces. Mas, se já tivéssemos consolidado a igualdade entre homens e mulheres, não teríamos a discriminação no mundo do trabalho tão galopante quanto ainda temos. As mulheres ainda ganham um salário inferior ao homem exercendo a mesma função, com a mesma jornada de trabalho. Isso significa que a luta ainda é muito necessária e não podemos ter medo de disputar as vagas na política e em nossa categoria profissional, porque é só assim que a gente muda esta realidade”, frisou Doquinha.
A CTB, por sinal, está lançando a campanha “Mais Mulheres na Política: Vista Essa Camisa”, com o objetivo de atrair novas militantes para a luta política e sindical.
O presidente da Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal), Marcelino Rocha, fez coro com o discurso da dirigente da CTB. “As mulheres precisam ocupar ainda mais espaços na vida pública do país. Só teremos uma sociedade mais justa e igualitária a partir do momento em que esse espaço for aproveitado pelas mulheres”, disse. No SindMetal, são três as dirigentes representantes do sexo feminino: Sandra Mara Gomes Vieira, Ângela Garcia Martinez e Maria Isabel dos Santos, que compõem a pasta relacionada aos assuntos da mulher na entidade.
Além do grande público presente, o evento contou com a presença de autoridades da região, dirigentes sindicais e integrantes de diversos movimentos sociais. A vice-prefeita de Jaguariúna e secretária municipal de Saúde, Maria Auxiliadora Zanin, a Dra Dora, discursou sobre a luta contra a violência sofrida pelas mulheres. “Garantir a igualdade e a participação integral da mulher na sociedade é um desafio que está colocado para cada um de nós. Que possamos alcançar todos os direitos com respeito e naturalidade”, afirmou. “As coisas só vão mudar quando lutarmos pelos nossos direitos”, destacou a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Jaguariúna, Adriana Cristina Ferreira.
Já o diretor do SindMetal e membro da pasta da Mulher da entidade, Valdir Pereira Silva, chamou atenção para o pensamento machista que ainda permeia a sociedade. “Infelizmente ainda vivemos em um país machista, que discrimina e desvaloriza o sexo feminino e onde as empresas pagam salários mais baixos só pelo fato de ser mulher. Nosso Sindicato luta para combater essas questões, mas o que precisa haver é uma mudança de mentalidade da sociedade”, ressaltou.
Fonte: Sindmetal – Bruno Felisbino