Milhares de pessoas lotaram as ruas da cidade baixa nesta quinta-feira (16), em Salvador, para a tradicional Lavagem do Bonfim. A festa, que é marcada pelo sincretismo religioso e a diversidade cultural, começou com uma celebração ecumênica na Igreja da Conceição da Praia, no Comércio, e prosseguiu com um grande cortejo de 8 quilômetros até a igreja do Bonfim.
Algumas novidades marcaram a festa este ano, a começar pela iniciativa da Igreja Católica de sair na frente das baianas, que tradicionalmente foram as abre alas da festa. Insatisfeitas a baianas protestaram com faixas e uma manifestação antes do início do cortejo. “Sem baianas não há lavagem do Bonfim”, diziam as faixas levadas por elas até o pé da Colina Sagrada, onde lavaram as escadarias e foram reverenciadas por baianos e turistas.
O povo do candomblé também mostrou sua força, saindo com faixas e estandartes dos orixás antes dos católicos e do desfile oficial. Apesar da divergência na saída, todos acabaram se encontrando ao longo do desfile e formando uma grande procissão até o Bonfim.
Como já é tradição, a CTB Bahia seguiu logo atrás do bloco das baianas, levando para o desfile as bandeiras de defesa dos direitos dos trabalhadores, como o fim do fator previdenciário, a valorização das aposentadorias, a redução da jornada de trabalho e a criação de mais empregos. “A festa do Bonfim é a maior manifestação de tradição cultural da Bahia, por isso, como ação social, a CTB sempre se faz presente ao lado do povo baiano”, afirmou Sílvio Pinheiro, diretor da CTB.
Animados por uma fanfarra, os cetebistas mantiveram a animação durante todo o percurso, com a mesma disposição que mostram nos protestos e manifestações da luta sindical. “Desde o seu nascimento, a CTB sempre teve o protagonismo de sair nas festas e comemorações da Bahia. E ela está aqui, mais uma vez na Lavagem do Bonfim, mostrando sua cara, mostrando que o trabalhador não serve apenas para trabalhar, mas também para se divertir e trazer a sua marca, o seu protesto e dizer, que nós estamos na lavagem, mas também estamos atentos ao que o governo está fazendo com os trabalhadores, ou seja, a luta do trabalhador não para nem nas festas”, acrescentou o diretor da CTB Florisvaldo Bispo.
O presidente estadual da CTB, Aurino Pedreira, também ressaltou a importância de participar da festa do Bonfim. “A massa popular que está aqui, é de trabalhadores. E, é exatamente isso que nós queremos sinalizar. A CTB quer apontar que a luta sindical não se faz apenas na porta de uma obra, de um banco ou de uma fábrica, mas se faz, mostrando o papel dela no contexto da sociedade, mostrando que modelo de sociedade ela quer, que estado ela quer, que cidade ela quer. Isto é ainda mais importante este ano, quando o futuro do país está em disputa. A CTB vai dialogar com isso, mostrando aos trabalhadores que nós precisamos integrar a nossa luta, respeitando nossas diferenças, mas, buscando cada vez mais a igualdade entre os trabalhadores, seja nas festas ou nos momentos de luta”, concluiu.
Eliane Costa – CTB Bahia