Na virada do ano, no dia 31 de dezembro, os dirigentes do Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb-SE) realizaram em Aracaju um ato em defesa de melhorias nas condições de trabalho para a categoria bancária. A manifestação aconteceu das 08h às 09h30, na calçada da agência central do Banco do Brasil (BB).
Os sindicalistas criticaram a nova mídia de fim de ano do Banco do Brasil (BB) que tenta conquistar a opinião pública para a ideia de que está tudo bem na organização e no ambiente de trabalho dentro das agências do banco.
Seguindo o mote da campanha anterior “Banco do Brasil. Cada vez mais, bom pra todos”, o filme publicitário mostra uma agência bancária acolhendo as crianças dos funcionários em clima familiar, saudável e de muita tranquilidade.
Mas no antônimo dessa miragem, segundo o presidente do Seeb-SE, José Souza é crescente a atmosfera de pressão por metas abusivas e de assédio moral dentro das agências do BB, o que tem trazido o adoecimento de funcionários.
“O Banco do Brasil vem a cada ano adotando formas neoliberais de gestão administrativa. Ele vem se afastando do seu papel social e adotando as técnicas dos bancos de mercado. Aqui mesmo em Sergipe, é grande o número inclusive de gerentes com problema de saúde, afastados por causa dessa atividade profissional”, afirma Souza.
Para a diretora de Comunicação do Seeb-SE, Ivânia Pereira, esse fenômeno do adoecimento por metas tem sido comum em todos os bancos. “Um bancário tem trabalhado por dois ou três funcionários. A imposição de metas abusivas e cobrança acelerada por produtividade estão contribuindo para o surgimento de doenças nos trabalhadores e trabalhadoras das agências”, afirma.
Com mais de 30 anos no BB, Francisco Almeida, o Chicão, diz que o dia 31 de dezembro é uma data importante. “O final do ano é sempre uma data significativa. É o momento de também fazermos o nosso balanço e pensarmos como tem sido a nossa atividade profissional ao longo desses anos. Com 35 anos de banco, já vi de tudo. Nunca vi tanta lucratividade dos bancos, assim como nunca vi tanto adoecimento entre os colegas de trabalho. Sabemos que isso não é “privilégio” de Sergipe. Mas, os bancos não divulgam o número de afastamento desses trabalhadores em todo o Brasil provocados pela atividade laboral”, afirma Chicão.
Também participaram do ato desta terça-feira os diretores do Seeb-SE Adêniton Santana(Itaú), Adelmo Rodrigues(Bradesco), Armandina Santos Silva (HSBC) , Adilson de Azevedo(Santander) e Sélio José (Bradesco) e Milton Oliveira.
Por Déa Jacobina – Seeb-SE