“O ano de 2013 foi muito positivo tendo em vista que conseguimos consolidar a CTB como uma Central Sindical cada vez mais presente na solução dos problemas dos trabalhadores, na luta geral em defesa da classe e na perspectiva da construção de um Estado mais democrático.”, afirma o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor. Com uma breve retrospectiva que confirma a afirmação.
Nos primeiros dias de 2013, a CTB já chamava a atenção de todos ao liderar a marcha de abertura de um dos principais eventos gaúchos: o Fórum Social Mundial Temático. Em seguida, a Central comandou um ato em solidariedade às vítimas do trágico incêndio em uma boate na cidade de Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul. Em março, a CTB organizou uma série de atividades pela prevenção das lesões por esforço repetitivo, mais conhecidas como LER, a fim de conscientizar os trabalhadores dos perigos a que muitos são expostos e como evitar futuros problemas de saúde. A 7ª Marcha das Centrais Sindicais e dos Movimentos Sociais, que aconteceu em Brasília, também contou com a participação da CTB-RS, que enviou uma delegação gaúcha para prestigiar o movimento. Além disso, esse ano, a Central completou cinco anos da sua fundação e recebeu uma série de homenagens, como na Câmara dos Vereadores de Caxias do Sul, na Justiça do Trabalho, e na Assembleia Legislativa gaúcha.
Organizou o 3º Encontro da Juventude Trabalhadora da CTB, que reuniu mais de 150 jovens vindos do campo e da cidade a fim de debater sobre maneiras de unir a juventude trabalhadora ao movimento sindical. No mês do trabalhador, a CTB realizou uma série de atividades, entre elas um debate com ato show na cidade de Caxias do Sul, que reuniu mais de 50 mil pessoas. No final de maio, aconteceu o 3º Congresso Estadual da CTB, em que uma nova diretoria foi escolhida e Guiomar Vidor foi reeleito como presidente da entidade por mais 4 anos. A CTB se sensibilizou com mais de 600 trabalhadores marítimos e fluviais que foram impedidos de seguirem desempenhando suas atividades com a proibição de extração de areia do rio Jacuí. Abraçou a luta, pressionou órgãos públicos e conquistou o direito dos cidadãos voltarem ao trabalho.
Um dia que entrou para a história das centrais sindicais e dos movimentos sociais foi o dia 11 de julho, em que a CTB juntamente com outras entidades comandou uma das manifestações mais significativas dos últimos tempos. A cidade de Porto Alegre parou e a pauta dos trabalhadores ganhou a merecida atenção. Além disso, a CTB se dedicou intensamente contra o Projeto de Lei 4330 que amplia a terceirização e precariza as relações de trabalho, e conseguiu que sua votação fosse protelada.
Apesar das várias conquistas e dos muitos reconhecimentos, a luta continua e o presidente da CTB-RS já aponta os próximos desafios.
“Ainda este ano, temos o objetivo de aprovar, na Assembleia Legislativa, o Projeto de Lei que estabelece o reajuste do Salário Mínimo Regional, uma conquista importante da luta unitária das centrais sindicais em que se destacou, mais uma vez, o papel da CTB na organização desse movimento e particularmente no debate público que fizemos sobre a importância da valorização do Piso Regional analisando que ele melhora as condições de vida dos trabalhadores ao mesmo tempo em que contribui com o conjunto da sociedade por fortalecer o desenvolvimento do mercado interno e aquecer a economia.”
Já para o ano que vem, Guiomar Vidor tem a certeza de grandes desafios. “Acredito que já vamos iniciar o ano com uma batalha no Congresso Nacional para que possamos avançar em conquistas concretas na pauta dos trabalhadores, como o fim do Fator Previdenciário, a luta pela regulamentação da convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que é contra a despedida imotivada, e enterrar de uma vez por todas o PL 4330 que estabelece a ampliação do processo de terceirização e retira o direito dos trabalhadores”.
Apesar das várias metas, o presidente da CTB-RS aponta uma que se sobressai. “Nas próximas eleições, precisamos eleger uma quantidade maior de representantes direto dos trabalhadores em todas as esferas políticas para que possamos assim fazer avançar a agenda da classe na Assembleia Legislativa, no Congresso Nacional e, também, dar continuidade ao aprofundamento das mudanças que queremos no Estado e no país, como a implementação de um projeto de desenvolvimento que tenha como centralidade a valorização do trabalho com medidas concretas para que se estimule o de desenvolvimento. Além disso, durante as manifestações de junho e julho, levantamos pautas importantes que devem ser discutidas no ano que vem. Lutas gerais da sociedade como a questão da mobilidade urbana, transporte coletivo gratuito, que em nosso entendimento, é um importante instrumento de ganho para os trabalhadores. Também queremos mais investimentos na área da saúde e da educação.”
Para finalizar sua análise sobre o ano de 2013, Guiomar Vidor fez mais alguns apontamentos. “Como um segundo grande desafio para 2014, cito a realização do plebiscito por uma reforma política democrática, porque entendemos que o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais é fundamental para que possamos equilibrar mais as despesas nas disputas eleitorais e, dessa forma, eleger um maior número de trabalhadores amenizando assim o processo de corrupção que se estabelece em todos os campos da política que são fomentados por esses financiamentos privados. São muitas as lutas, mas certamente a CTB saberá conduzi-las de forma a unir os trabalhadores do campo e da cidade, como vem fazendo, nos desafios que teremos pela frente e consolidar assim cada vez mais a CTB como um instrumento de luta de toda a classe trabalhadora”.
Fonte: CTB-RS