Após quase cinco meses de intensas manifestações e muita luta, os metalúrgicos de Betim (MG) aprovaram, no último domingo (15), em assembleia realizada no Clube dos Metalúrgicos, o acordo da Campanha Salarial Unificada, que é fruto de proposta de conciliação apresentada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-MG), diante do impasse que havia se estabelecido entre trabalhadores da categoria e representantes da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), na mesa de negociações.
Pelo acordo, nas empresas que empregam até 50 empregados, o reajuste nos salários será de 6,50%, com aumento real de 0,81%. Já nas fábricas que empregam mais de 50 funcionários, o reajuste será de 7%, com aumento real de 1,31% nos salários.
Em relação ao salário de ingresso (valor que é pago pelas empresas assim que o metalúrgico é admitido no trabalho), o reajuste, nas empresas com até 10 empregados, será de 8,5% sobre os salários que os trabalhadores recebiam em outubro de 2012.
Nas empresas que tenham entre 11 e 400 empregados, o reajuste no piso salarial foi de 8% e naquelas fábricas que empregam mais de 400 trabalhadores, a correção no piso foi de 7,5%. Já no caso das empresas que têm mais de 1000 empregados, o reajuste no piso salarial foi de 7%.
Os reajustes serão retroativos à 1º de outubro.
Abonos
No que diz respeito ao abono, nas empresas que não possuem acordos de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), será pago um valor de R$ 513,60, em duas parcelas iguais de R$ 256,80, uma janeiro e outra em fevereiro de 2014.
No caso das empresas que fazem parte do setor automotivo (Fiat, Comau, Stola, Teksid, Tower, ZF, Sila do Brasil, ABCZ, Brembo, Mardel, Aethra, Nemak, Tekfor, Dina e Esco Soldering), os abonos sofreram um reajuste de 6% em relação aos valores que foram pagos no ano passado.
Vale lembrar que não estão nesta lista empresas como Denso Térmicos, Denso Rotantes, Lames e Magna, cujos trabalhadores já haviam conquistado abonos antes do término oficial das negociações da Campanha Salarial Unificada. A Proema, que concedeu 8% de reajuste aos trabalhadores, é a única empresa do setor automotivo que não irá pagar abono aos metalúrgicos.
Acordo sem banco de horas
Na avaliação da diretoria do Sindicato, o acordo conquistado este ano pode ser considerado “vitorioso”, embora ainda não tenha sido o ideal merecido pela categoria. “Foi uma campanha salarial das mais difíceis dos últimos anos, sobretudo pela intransigência da Fiemg na mesa de negociações e da truculência patronal que os trabalhadores enfrentaram nas portarias das fábricas”, ressalta o presidente do Sindicato, João Alves de Almeida. “Ainda assim, dadas as circunstâncias das negociações, conseguimos um importante índice de reajuste, com aumento real de salários, um significativo percentual de aumento no piso de ingresso, e o mais importante, varremos da categoria qualquer possibilidade de implantação do banco de horas”, reforça.
Os metalúrgicos também terão emprego ou salários garantidos até 15 de janeiro de 2014 – no caso dos trabalhadores da Fiat e Comau, este prazo se estenderá até 31 de janeiro do próximo ano.
Fonte: Sindbet