O Dia Nacional do Samba é comemorado no país nesta segunda-feira (2). Reza a lenda que a escolha do dia 2 de dezembro foi feita pelo vereador Luis Monteiro da Costa de Salvador em homenagem a Ary Barroso, quando o compositor carioca visitou a capital baiana, por causa da canção de Ary Na Baixa do Sapateiro, de 1938. Quando se encerra o Mês da Consciência Negra, sempre é bom ressaltar a importância dos negros na foermação do Brasil em todos os sentidos.
A música popular brasileira em todos os tempos foi intimamente ligada à circunstância vivida no país. Com o samba não foi diferente. Diversos compositores cantavam o sofrimento dos negros libertos e marginalizados no processo de Abolição no início do século 20.
O primeiro registro que se tem conhecimento da palavra samba apareceu na revista O Carapuceiro em Pernambuco, em 1838, descrito como canto e dança popular. Começou como dança de roda originada em Angola e trazida pelos escravos, influenciando todo nosso continente, principalmente Maranhão, Salvador e Rio de Janeiro. Também conhecido por umbigada ou batuque, consistia em um dançarino no centro de uma roda, que dançava ao som de palmas, coro e objetos de percussão e dava uma umbigada em outro companheiro da roda, convidando-o a entrar no meio do círculo.
No Rio, o gênero musical passou a ser cultivado nas casas das tias baianas, como Bibiana, Amélia, Mônica, Ciata e Perciliana, que aconteciam as festas de terreiro, as umbigadas e as marcações de capoeira ao som de batuques e pandeiros. Essas manifestações culturais propiciariam, conseqüentemente, a incorporação de características de outros gêneros cultivados na cidade, como a polca, o maxixe e o xote.
O carnaval que ganhou feições brasileiras e ficou com a cara do samba no Rio de Janeiro coma criação de sscolas de samba, nos anos 1920. Os primeiros grupos de negros que desciam os morros com suas danças e ritmos enfrentaram dificuldades para tornar o carnaval a grandiosidade que a festa popular é atualmente.O samba foi se firmando como principal ritmo nacional e nas décadas de 1930/40 foi muito utilizado para forjar a identidade nacional pelo governo de Getúlio Vargas.
Donga e Chico Buarque cantam Pelo Telefone na Redodrd em 1967:
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Pelo Telefone (registrada por Donga e Mauro de Almeida) foi o primeiro samba a ser gravado, em 1917, porque o ritmo era menosprezado pela elite branca. Já solidificado nos morros cariocas, o samba ganharia prestigiados compositores como Noel rosa, Ismael silva, Pixinguinha, Donga, Ataulfo Alves, Sinhô, João da Baiana, Assis Valente, Nelson Cavaquinho, Cartola, Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Martinho da Vila, Dorival Caymmi, entre muitos outros e se espalharia pelo país formando traço importante da identidade brasileira. Também muitos intérpretes como Clementina de Jesus, Clara Nunes, Dona Ivone Lara, Elis Regina, Leci Brandão, Alcione, Orlando Silva, Agostinho dos Anjos, e muitos outros.
Com o passar dos tempos o ritmo ganhou as ruas e se transformou na maior manifestação cultural urbana do país, ligando todos os brasileiros com sua dança e ritmo sincopado. Neste dia Nacional do Samba uma singela homenagem a todos os sambistas do Oiapoque ao Chuí. Escolher sambas para ilustrar é impossível, então alguns de destaque. Mas o ritmo mora na alma do brasileiro em milhares de canções. Difícil encontrar um brasileiro que ao ouvir um samba fique estático totalmente.
Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB
Poder da Criação (João Nogueira e Paulo César Pinheiro)
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Feito de Oração (Noel Rosa e Vadico)
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